Para a defesa de Carlos Cruz não é só na casa de Elvas que o julgamento da Casa Pia tropeça. O advogado Ricardo Sá Fernandes não tem dúvidas de que pelo menos duas condenações do ex-apresentador estão feridas de nulidade.
«Os outros crimes colocam-se na Avenidas das Forças Armadas e também aí, na nossa opinião, há uma nulidade no acórdão», explicou à TVI o defensor.
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O ex-apresentador era acusado de contactar Carlos Silvino para que este lhe levasse menores ao apartamento da Avenida das Forças Armadas. A verdade é que o acórdão não dá como provado os contactos entre Cruz e Silvino. Diz apenas que estes terão ocorrido por meio indeterminado:
«Enquanto nós estávamos centrados em que o contacto era feito com o Carlos Silvino, só tínhamos que demonstrar que não havia contacto entre eles. Se afinal é através de meio não determinado, iremos fazer a demonstração de que, através das pessoas que residiam naquele prédio, designadamente em casa da falecida enfermeira, a dona Odete Ferreira, que não havia contactos com o sr. Carlos Silvino. Sabemos quais são os telefones dela, os telemóveis, etc. Podemos fazer cruzamentos e também afastar esse outro meio não determinado».
Se no caso de Elvas também o Ministério Público reconhece um erro, o de Cruz ter sido condenado por um crime cometido durante uma semana, quando estava acusado por um crime praticado a um sábado, a verdade é que o Procurador pede o agravamento de todas as penas. «Apesar de tudo, mesmo que os casos fossem todos verdadeiros, isso seria excessivo», desabafa Sá Fernandes.
Cruz foi condenado a sete anos de cadeia, o Ministério Público entende que deve passar pelo menos mais seis meses na prisão.
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