A vacinação das jovens entre os 10 e os 15 anos contra vírus do Papiloma Humano (HPV) reduzirá em dois terços a incidência de cancro do colo do útero dentro de 20 anos, avançou o presidente do Colégio de Ginecologia da Ordem dos Médicos, escreve a Lusa.
O comentário de Luís Graça surgiu momentos depois do anúncio, feito pelo primeiro-ministro no Parlamento, de que o Governo incluirá a partir do próximo ano a vacina contra HPV no Plano Nacional de Vacinação.
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«Só me posso congratular muito com a decisão porque os dados actuais indicam que se a vacina for aplicada a adolescentes entre os 10 e os 15 anos, dentro de duas dezenas de anos teremos uma incidência de cancro do colo do útero equivalente a um terço do que temos hoje», avançou o especialista à Lusa, sublinhando ainda a sua satisfação por ver Portugal ser o «terceiro ou quarto país europeu» a tomar esta decisão.
«Esta é uma atitude em termos de saúde pública que vai ter um impacto muito sério a longo e médio prazo», considerou o médico, explicando que o pico da doença ronda os 50 anos de idade.
O responsável lembrou no entanto que, mesmo com a vacinação sistemática das adolescentes, não diminui a necessidade de continuar a fazer o rastreio.
«Podemos esperar uma redução de dois terços da incidência, mas fica a faltar a outra parte e por isso tem de se continuar a fazer o rastreio e até expandi-lo mais, porque Portugal infelizmente não está no ranking da frente nesta área», alertou.
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O primeiro-ministro José Sócrates anunciou hoje a ampliação dos cuidados do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que integrará pela primeira vez programas nacionais de saúde oral, de vacina contra o vírus que provoca o cancro do colo do útero e de apoio à procriação medicamente assistida.
As medidas de José Sócrates foram anunciadas na Assembleia da República, durante o seu discurso inicial no debate do Orçamento do Estado para 2008.
Em relação à vacina contra o cancro do colo do útero, Sócrates referiu que, para o fim deste mês, está previsto o parecer da comissão técnica de vacinação sobre as condições técnicas em que deve ser aplicada essa vacina.
«Respeitando a decisão técnica, quero desde já garantir que o Governo incluirá a partir do próximo ano, no Plano Nacional de Vacinação, esta vacina [contra o cancro do colo do útero], assegurando que o acesso não depende das condições económicas das respectivas famílias», disse.
Na Europa são detectados anualmente 50 mil novos casos de cancro do colo do útero e 25 mil pessoas por ano morrem da doença.
Em Portugal, este cancro, que aniquila a vida sexual e familiar das sobreviventes, mata em média uma mulher por dia.
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