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Ensinar a deixar de fumar

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Mais de 500 profissionais de sáude receberam formação

Mais de 500 profissionais de saúde frequentaram já os cursos de formação para «ensinar» os doentes a deixar de fumar, uma iniciativa da Sociedade de Pneumologia para preparar os centros de saúde para os desafios da nova lei do tabaco, escreve a lusa.

Por considerarem que há uma falha a nível nacional na formação dos médicos, os responsáveis da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) estão a promover estes cursos, que acreditam que pode ser uma ferramenta essencial para preparar os centros de saúde para terem consultas específicas para deixar de fumar.

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Na semana passada, a Direcção-Geral de Saúde emitiu uma circular a recomendar a todos os centros de saúde que criem consultas próprias para quem pretende parar de fumar a propósito da nova lei do tabaco, que entra em vigor a 1 de Janeiro.

Cecília Pardal, da SPP, acredita que deixar o vício do tabaco é possível e «pode ser fácil caso se tenha um acompanhamento correcto», que deve ser feito pelo médico, muitas vezes com recurso a fármacos.

Os cursos da Sociedade de Pneumologia, destinados principalmente aos clínicos gerais, têm uma duração de quatro horas e são divididos em duas partes: uma em que se transmitem conhecimentos gerais sobre tabagismo e outra em que se explica quais os passos que devem ser dados para levar um doente a deixar de fumar.

Além das consultas específicas para quem pretende abandonar o tabaco, todos os profissionais de saúde, desde o médico ao enfermeiro, devem perguntar sempre a um doente sobre os seus hábitos tabágicos, independentemente do tipo de consulta ou de exame em que esteja a participar.

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«Esta é uma preocupação que deve estar em qualquer profissional de saúde, porque é uma forma de pôr o doente a pensar sobre o assunto e a aperceber-se que talvez deva deixar de fumar», explicou à agência Lusa Cecília Pardal.

Também em qualquer consulta, o médico de clínica geral deve tentar perceber qual o grau de motivação do doente fumador para deixar de fumar.

No caso daqueles que recusam qualquer mudança de atitude, o médico deve apenas mostrar o desejo de ajudar.

Em relação aos doentes que pensam querer deixar de fumar em breve (num período de seis meses), o médico deve tentar perceber as suas motivações e atitude perante o tabaco e mostrar quais as possibilidades para parar de fumar.

E há ainda os doentes que estão a reduzir já o número de cigarros e que pensam parar dentro de um mês. Nestas situações, o clínico deve logo ajudar o utente a marcar a data para o abandono do vício.

Medicamentos ajudam

Os medicamentos para ajudar a fumar duplicam o sucesso da cessação tabágica, sublinha Cecília Pardal, acrescentando que uma pessoa que fume diariamente mais de 10 cigarros é normalmente aconselhada a ter apoio farmacológico.

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Existem vários tipos de fármacos: os substitutos de nicotina e outros dois que tiram a vontade de fumar. Em relação a um deles não se conhece bem o mecanismo de acção, enquanto o outro vai bloquear parcialmente os receptores de nicotina existentes no cérebro, o que ajuda a reduzir os sintomas provocados pela abstinência e faz com que o cigarro saiba mal.

«As crises de abstinência são atenuadas ou desaparecem. Os problemas como dormir mal, crises de ansiedade ou aumento do apetite são bastante atenuados», considerou a responsável pela consulta de cessação tabágica do Hospital Amadora-Sintra.

Mas há doentes que dispensam a ajuda medicamentosa e para quem uma mudança de comportamentos é suficiente.

Mudar a mão com que fuma, não consumir o terço final do cigarro, não trazer consigo isqueiro e começar a escolher sítios para não fumar, como o carro ou determinadas divisões da casa, são algumas das sugestões de alterações de hábitos que podem ajudar.

Os médicos devem também recomendar a elaboração de uma espécie de «diário do fumador», que contenha o registo de todos os cigarros consumidos num dia.

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