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Próstata: São João com tratamento inovador

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Consiste na aplicação de uma injecção de botox naquele órgão glandular

O Serviço de Urologia do Hospital de S. João, no Porto, está a desenvolver, há cerca de um ano, um tratamento inovador a nível nacional da doença da próstata que consiste na aplicação de uma injecção de botox naquele órgão glandular.

O tratamento, que ainda se encontra em fase de estudo clínico, consiste na aplicação de uma injecção de toxina botulínica através de um processo «extremamente simples» e «indolor» para o doente, garantiu em declarações à agência Lusa o director do Serviço de Urologia do S. João, Francisco Cruz.

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O tratamento à hiperplasia (hipertrofia) da próstata ocorre durante a realização de uma vulgar ecografia e não implica internamento.

«O que fazemos é injectar a toxina botulínica, uma substância que reduz em média cerca de 30/40 por cento do volume da próstata, que se mantém estável durante cerca de um ano», disse o especialista, referindo que o efeito é visível cerca de um mês depois.

Francisco Cruz explicou que ao aparelho da ecografia é acoplada uma agulha muito fina que permite injectar a substância na próstata, sem qualquer tipo de anestesia.

«O doente não sente rigorosamente nada. O incómodo é apenas o de fazer uma ecografia transrectal», acrescentou.

A hiperplasia da próstata, uma doença benigna caracterizada por um aumento do volume daquele órgão glandular, afecta globalmente todos os homens desde que atinjam uma idade avançada.

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Ou seja, explicou o clínico, «quem envelhecer e tiver testículos vai ter doença prostática. Isto é válido para os homens de todo o mundo».

Exceptuou, apenas, os daqueles países onde a esperança de vida é muito reduzida.

«Na Libéria não há hiperplasia da próstata, porque a esperança de vida é de 35 anos. É precisamente esta a idade em que a doença começa a desenvolver-se», frisou Francisco Cruz, considerando a doença como «um grande problema de saúde pública».

Na entrevista à Lusa, Francisco Cruz e Paulo Dinis, director e chefe do Serviço de Urologia do Hospital de S. João, respectivamente, disponibilizaram números que apontam para que «aos 50 anos, cerca de 30 por cento dos homens tenham queixas urinárias decorrentes desta doença».

A percentagem sobe à medida que a idade avança.

De acordo com os mesmos dados, «aos 80 anos, 75 por cento das pessoas têm queixas e um décimo dos idosos, entre os 70 e os 75 anos, vão entrar em retenção urinária».

«Estes, inevitavelmente, vão ter de ser operados», frisaram os médicos.

O Hospital de S. João do Porto é um dos «três ou quatro» centros a nível mundial que já aplicam a toxina botulínica no tratamento da hiperplasia benigna da próstata.

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