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A saída de sete anestesistas do Centro Hospital de Trás-os-Montes e Alto Douro, sediado em Vila Real, está a preocupar autarcas, médicos e utentes e a levar ao adiamento de cirurgias programadas.
A administração do CHTMAD confirmou hoje à agência Lusa a saída de sete médicos anestesistas desde janeiro de 2014 e o mês junho, uma situação que disse que “levou à necessidade de reorganização dos tempos do bloco operatório”.
Entre os utentes crescem as preocupações. O pai de Patrícia Batista espera desde janeiro por uma cirurgia à vesícula.
“A informação que constava no Portal da Saúde era de que a espera para essa cirurgia seria de três a seis meses. No último contacto que tive com o hospital foi-me informado que, desde abril, as listas de espera pararam porque não há anestesistas para as cirurgias”, afirmou à Lusa a filha deste paciente.
“Isto está um caos e tenho medo de que o estado de saúde do meu pai se possa agravar”, frisou.
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“Um dos mais gritantes e prejudiciais para a população é a partida de vários médicos anestesistas, deixando este serviço em grande precariedade, com a redução dos tempos operatórios em mais de 50%, o que provoca um grande aumento dos tempos de espera”, refere o texto da moção.
Entretanto, a administração referiu que a 22 de junho foram autorizados contratos de prestações de serviços para o CHTMAD E.P.E de mais oito anestesistas e garantiu que a situação nos blocos operatórios será corrigida, já a partir de julho, com os novos médicos.
Adiantou ainda que “nos próximos concursos para colocação de especialistas serão contratados os médicos que permitam retificar esta situação”.
O presidente da Câmara de Vila Real, o socialista Rui Santos, já denunciou publicamente a falta de médicos no centro hospitalar e disse, agora, que vai propor à autarquia que tome uma “posição pública e mobilize um conjunto de cidadãos em defesa” da unidade de saúde.
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Miguel Guimarães, presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, disse à Lusa que têm chegado a esta estrutura “várias queixas informais” relativamente ao CHTMAD.
Preocupada a Ordem, juntamente com os sindicatos dos médicos, está a agendar uma visita, para em breve, aos três hospitais do centro hospitalar (Vila Real, Chaves e Lamego) para se inteirar da “real situação” que vive a unidade de saúde.
“Não podemos continuar a aceitar que perante uma situação que aparentemente está irregular o Ministério da Saúde não faça nada. Os anestesistas estão a sair porque estão a abrir vagas em outros sítios, ou seja, não há uma política de contratação que permita que as pessoas se fixem em determinados sítios”, salientou.
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