O secretário de Estado da Segurança espanhol considerou esta quinta-feira que «Portugal tem muito a oferecer» na luta contra o crime organizado e o terrorismo da ETA, no entanto, reconheceu que a ETA está «em decadência» após a prisão de vários «cabecilhas», informa a Lusa.
António Camacho Vizcaíno discursava numa conferência de imprensa conjunta, em Lisboa, com o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna de Portugal, Mário Mendes. Os responsáveis revelaram que foram criados dois grupos de trabalho, um dirigido à luta contra a ETA e o terrorismo islâmico e outro vocacionado para o combate ao crime organizado transnacional, incluindo máfias da antiga Jugoslávia.
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Mário Mendes esclareceu que até à recente descoberta da casa de Óbidos onde a ETA guardava explosivos, a Polícia portuguesa e a espanhola não dispunham de qualquer «informação minimamente credível» sobre as estruturas dos etarras em Portugal.
Questionado sobre o alegado enfraquecimento da ETA nos últimos tempos, António Camacho Vizcaíno admitiu que a ETA é «um grupo terrorista em decadência», observando que os «cabecilhas caem e de um forma mais rápida».
As autoridades dos dois países estão em «alerta» e já está programada uma segunda reunião bilateral para breve em Madrid, para dar continuidade a este encontro em que foram estabelecidos «metodologias, grupos de trabalho e calendarização», num desejo mútuo de «intensificar a cooperação policial e a troca de informações».
António Camacho Vizcaíno enfatizou que em causa estão «riscos e ameaças de carácter global» que interferem com a vida de 55 milhões de cidadãos que vivem nos dois países ibéricos.
O responsável espanhol salientou que «Portugal tem muito a oferecer a Espanha» na luta contra o crime e o terrorismo e prometeu uma «estreita» colaboração policial espanhola nesse domínio.
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