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Fenprof: «Mega agrupamentos são absurdo completo»

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Mário Nogueira frisa que encerramento de escolas é estratégia para «poupar dinheiro à custa do que for»

A Fenprof afirmou esta terça-feira que a criação de «mega agrupamentos» de escolas pelo Ministério da Educação representa a «negação completa do que é o trabalho pedagógico» num estabelecimento de ensino e apela à contestação da comunidade escolar e das autarquias, noticia a Lusa.

«Os mega agrupamentos são um absurdo completo», declarou, em conferência de imprensa, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, frisando que a decisão do Governo de encerrar escolas com menos de 21 alunos faz parte de uma estratégia para «poupar dinheiro à custa do que for».

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Mário Nogueira deu o exemplo do concelho de Seia, onde a fusão dos quatro agrupamentos reunirá uma população escolar de quase três mil alunos e 410 professores.

«Isto é a negação completa do que é o trabalho pedagógico numa escola. Não há órgãos nem estruturas que resistam a uma coisa destas. Há uma relação entre pessoas que passa a ser completamente impessoal, em que ninguém conhece ninguém, com sacrifícios sempre para os mesmos, os alunos e a qualidade do ensino», sublinhou.

De acordo com o sindicalista, em certos casos, esses «mega agrupamentos» serão formados por escolas que distam entre si «mais de 30 quilómetros» e juntando crianças dos dez aos 18 anos, que, por vezes, terão de «sair de casa às seis da manhã e regressar às 19 horas».

«E depois diz o Governo que isto é em nome da igualdade de oportunidades. Deveriam ser os filhos dos governantes a estar nestas escolas para perceberem os sacrifícios que estão a exigir aos outros», observou.

Mário Nogueira considerou ainda que estas medidas agravarão os problemas de desertificação do interior e provocarão um aumento de encargos das câmaras municipais com transportes e refeições dos alunos.

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Quanto ao trabalho das escolas, o secretário-geral da Fenprof disse que haverá algum que «vai ser feito e não vai servir para nada» e citou os conselhos de departamento, onde, explicou, se discutem projectos, dinâmicas de trabalho no plano pedagógico ou situações de alunos, que antes tinham dez ou 20 professores, e agora passarão a ter 110 ou 120.

«Isso são plenários de professores. Do ponto de vista pedagógico há dinâmicas que vão ser completamente esmagadas», sublinhou.

No que diz respeito aos encerramentos de escolas, Mário Nogueira reiterou que o Governo afirma que os estabelecimentos com menos de 21 alunos encerrarão só depois de haver «diálogo» com as autarquias, mas que «está na resolução do Conselho de Ministros que se não encerrarem não há colocação de professores».

Segundo a Fenprof, as escolas só devem encerrar com o consentimento das autarquias e se os alunos não forem obrigados a viagens superiores a 30 minutos. Quanto aos agrupamentos, defende que não devem ultrapassar os 1500 alunos.

Para Mário Nogueira, «há um claro desrespeito por quem deveria ser respeitado nestes processos de reordenamento e definição de rede escolar, que são as comunidades, os pais, as autarquias, os órgãos das escolas».

«Isto é lamentável, e merece um protesto fortíssimo da parte das populações, dos pais e dos professores», concluiu.

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