A Infarmed enviou uma nota aos hospitais que tratam doentes oncológicos para excluírem o Avastin no tratamento do cancro da mama metastático, doença que alastra para outras partes do corpo.
A autoridade Nacional de Medicamentos questiona o valor terapêutico do remédio, alegando que os benefícios do mesmo ainda não foram provados. A decisão de retirada baseia-se na lei 195/2006. Segundo o jornal Correio da Manhã, Infarmed terá mesmo avisado os hospitais de que serão processados por via civil, criminal e financeiramente, caso prossigam com a compra do medicamento.
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Uma decisão contestada
O laboratório que comercializa o medicamento contesta o Infarmed por esta decisão alegando que o Avastin em associação com o Paclitaxel foi aprovado pela comissão europeia. O presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia, Ricardo da Luz, afirma que também não entende esta decisão uma vez que a agencia europeia já comprou os efeitos positivos no retardamento do cancro da mama metastático provocados pelo remédio em causa.
Em entrevista ao Correio da Manhã, Jorge Espirito Santo, presidente do Colégio de Oncologia da Ordem dos Médicos, afirmou «sabemos que avastin é muito caro e não para ser usado em todos os doentes, mas acho insensato não poder usá-lo nos doentes que se qualificam para a terapêutica. Tenciono levar isto ao Colégio da Ordem dos Médicos. O benefício, ou não, para o doente é uma discussão técnica. Como oncologista considero que não é aceitável esta proibição.
O caso de Santa Maria
O Avastin ficou conhecido devido à troca de medicamentos no Hospital de Santa Maria,no caso que deixou seis pacientes cegos.
O Avastin é um medicamento capaz de retardar a doença, proporcionando ao doente uma maior qualidade de vida. O fármaco é usado no tratamento do cancro da mama. A agência europeia do medicamento reconheceu o uso do avastin para o cancro do cólon ou do recto, cancro do pulmão de células não pequenas avançado e cancro dos rins avançado ou metastizado.
Em Portugal, anualmente são detectados cerca de 4500 novos casos de cancro da mama e 1500 mulheres morrem desta doença.
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