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«Sete a oito mil docentes» vão abandonar ensino

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Afastamento de professores contratados deve-se, segundo Fenprof, a cortes previstos no OE2011

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) estimou esta quarta-feira que «sete a oito mil» docentes, a grande maioria contratados, vão abandonar o sistema de ensino.

O número foi avançado por Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, durante uma audição na Comissão parlamentar de Educação apontando as medidas de redução de custos aplicadas às Educação como motivo do afastamento dos profissionais na área do ensino.

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Algumas propostas previstas no Orçamento do Estado para 2011 nesta área, como o fim do Estudo Acompanhado e da Área de Projecto, a obrigatoriedade dos professores bibliotecários leccionarem pelo menos uma turma ou a redução do número de horas de assessoria às direcções escolares, resulta em «qualquer coisa como sete a oito mil professores a menos, que o sistema vai pôr fora, mas que vão fazer muita falta às escolas», acrescentou o secretário geral desta Federação.

O dirigente sindical lembrou depois que o Ministério da Educação tem, em 2011, um corte de mais de 400 milhões de euros nos gastos com pessoal e que, no entanto, absorve mais de 95 por cento das «dotações previstas para contratação» de toda a administração pública.

«Ainda assim, esta dotação [para contratados] significa um decréscimo de 20 por cento em relação à verba do ano passado», acrescentou, lembrando que estão cerca de 30 mil docentes contratados actualmente nas escolas.

Nogueira deu ainda alguns exemplos de como começa a ser feita a gestão de recursos humanos nas escolas: a Direcção Regional de Educação do Centro, afirmou, não autorizou o recurso à bolsa de recrutamento para ser substituída uma docente em licença de maternidade, tendo a escola recorrido a professores nos apoios educativos.

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O secretário-geral da Fenprof realçou que há menos 800 milhões de euros de verba total disponível no ministério de Isabel Alçada, não esquecendo os cortes nas transferências de montantes para as autarquias, que têm «cada vez mais responsabilidades em matéria de educação».

Relativamente à falta de psicólogos nas escolas, Mário Nogueira acusou o Governo de «mentir», garantindo que até hoje as escolas não foram ainda autorizadas a contratar aqueles profissionais, ao contrário do que foi anunciado na semana passada.

O líder sindicalista rematou ainda que, devido a estas razões, estimam-se «problemas» na organização, no funcionamento das escolas e na qualidade de educação,

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