O médico Ferreira Diniz terminou esta segunda-feira o seu depoimento em tribunal como arguido do processo Casa Pia pedindo desculpa ao colectivo de juízes pela «emoção» que marcou o início das suas declarações, noticia a Lusa.
Dirigindo-se ao tribunal após a última sessão em que prestou declarações, Ferreira Diniz afirmou que no primeiro dia estava «demasiado emocionado» ao falar sobre o depoimento de quatro dos assistentes que o acusam directamente no processo de abuso sexual de menores da Casa Pia.
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«Falar dos quatro que me acusam provocou-me uma emoção muito forte, não me exprimi da forma mais correcta, por isso pedi desculpa ao tribunal», disse Ferreira Diniz aos jornalistas à saída do Tribunal de Monsanto.
Ferreira Diniz acrescentou que desde o início do processo teve «muita vontade de falar», mas que a sua defesa o aconselhou a esperar pelos depoimentos das alegadas vítimas para depois lhes poder apontar contradições.
Num balanço das três sessões em que prestou declarações, Ferreira Diniz frisou o facto de as alegadas vítimas terem afirmado ter tido encontros com o médico no seu consultório numa data em que «ainda não tinha sido começado a construir» e terem apontado o facto de possuir um Ferrari quando ainda não tinha comprado o automóvel.
«Se eu falasse antes dos assistentes, eles não tinham dito em tribunal o que disseram», argumentou ainda em declarações aos jornalistas. Na sessão de hoje, em que respondeu a perguntas colocadas pela sua advogada e pelo Ministério Público, Ferreira Diniz admitiu ter visto pelo menos duas vezes no seu consultório um dos assistentes que o acusam, em 2000 e 2001, quatro anos depois de ter deixado de ser médico de alunos do Colégio de Santa Catarina, afecto à Casa Pia.
Ferreira Diniz afirmou ter encontrado «dois registos clínicos e quatro registos administrativos» de consultas com o jovem, que só aconteceram por se tratar de «uma situação de emergência».
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