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Violência Doméstica: 81 mulheres agredidas todos os dias

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Em quase metade dos casos os menores assistiram a tudo

As queixas de violência doméstica nas forças de segurança aumentaram 12 por cento no primeiro semestre deste ano face a igual período de 2008, revela um relatório da Direcção-Geral da Administração Interna (DGAI). O documento revela ainda que em quase metade dos casos as agressões foram presenciadas por menores.

O documento, que analisa as ocorrências participadas às forças de segurança no primeiro semestre do ano, indica que a PSP e GNR receberam 14 600 queixas, mais 1570 casos que no mesmo período de 2008.

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Nos primeiros seis meses, as forças de segurança receberam, em média, cerca de 81 queixas por dia de violência doméstica, adianta o relatório, referindo também que a PSP registou 9206 ocorrências (mais 9,8 por cento que em 2008) e a GNR 5394 (mais 12 por cento).

O maior número de queixas ocorreu na Madeira, mais 24,6 por cento que no primeiro semestre de 2008, enquanto no Continente se registou uma subida de 12,4 por cento. Já nos Açores ocorreu um decréscimo no número de participações registadas (menos 3,9 por cento).

Os meses, os dias da semana e as horas com mais queixas

No entanto, o documento do organismo do Ministério da Administração Interna refere que mais de 90 por cento das queixas foram registadas no Continente, seguindo-se os Açores (4,1 por cento) e a Madeira (3,6 por cento).

Segundo o relatório, disponível na página da Internet da DGAI, os meses de Junho e Março foram os que registaram mais queixas, com um média diária de 94 e 82 ocorrências, respectivamente.

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A segunda-feira e o domingo são os dias da semana em que mais situações de violência doméstica foram reportadas à PSP e à GNR no primeiro semestre do ano, sendo à noite, entre as 19:00 e as 24:00, em que as queixas são mais efectuadas.

Actos praticados no próprio dia

O relatório salienta que metade das queixas refere-se a actos praticados no próprio dia e um quarto diz respeito às ocorrências verificadas no dia anterior. Geralmente, as situações de violência doméstica ocorrem ao fim-de-semana, especialmente ao domingo, e passam-se durante a noite e madrugada.

O documento destaca, igualmente, que as denúncias às forças de segurança foram maioritariamente (89 por cento) feitas pelas próprias vítimas, que na maioria são mulheres, estão casadas ou em união de facto e tem uma média de 39 anos.

Mais de três quartos das vítimas de violência doméstica que apresentaram queixa à PSP e GNR no primeiro semestre não dependiam economicamente do agressor, a maioria estava empregada e possuía habilitações literárias iguais ou inferiores ao nono ano.

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De acordo com as duas forças de segurança, 16 por cento dos agressores utilizaram ou possuíam arma, 46 por cento consumiam habitualmente álcool e 12 por cento estupefacientes. O documento indica ainda que 46 por cento das cenas de violência doméstica foram presenciadas por menores e maior parte das vítimas não foram internadas nem tiveram baixa médica.

Maioria já tinha sido agredida

A maioria das vítimas de violência doméstica que apresentou queixa às forças de segurança no primeiro semestre deste ano já tinha sofrido maus tratos anteriores, segundo um relatório da Direcção-Geral da Administração Interna (DGAI).

Os dados indicam que em 91 por cento dos casos denunciados nos primeiros seis meses do ano existiram situações anteriores de violência, não sendo a primeira vez que a vítima sofre este tipo de agressão.

O relatório diz também que a violência física esteve presente em 74 por cento das situações, a psicológica em 54 por cento e a sexual em 1,1 por cento.

O relatório salienta, também, que em mais de 75 por cento dos casos a violência física referia-se à utilização de «força física», em quase seis por cento dos casos o agressor ameaçou usar ou usou arma branca, em 4,2 por cento a vítima foi agredida com objectos de mobiliário ou utensílios de cozinha e em 2,6 por cento foi usada ou houve ameaça de armas de fogo.

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