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Greve dos médicos é «sinal de maturidade»

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O coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, considerou, nesta segunda-feira, que a greve dos médicos convocada para a próxima semana é um «sinal de maturidade» contra uma «agenda de ataque ao Serviço Nacional de Saúde».

Francisco Louçã e João Semedo receberam hoje a Ordem dos Médicos e sindicatos do setor, na sede do Bloco, em Lisboa, numa reunião que antecedeu a greve convocada para os dias 11 e 12 de julho.

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«De tal modo estamos nesta situação urgente que esta resposta nos dias 11 e 12 é um grande sinal de maturidade, de bom senso, em defesa do Serviço Nacional de Saúde. Se não houver atitudes com esta coragem, de quem defende a saúde dos portugueses para proteger o serviço público sem o qual a democracia não vive, então, Portugal estará numa situação muito pior», afirmou Francisco Louçã, citado pela Lusa.

De acordo com o líder bloquista, «há quem tenha uma agenda de ataque ao Serviço Nacional de Saúde, há quem pense que com algumas lamúrias se pode diminuir o mal e há quem pense que é preciso resolver os problemas».

«Por isso, nós elogiamos, apoiamos, sublinhamos, a solidariedade, o apoio social, a compreensão pública que há em relação a esta iniciativa», destacou, afirmando também o «total apoio, total compreensão e total empenho» no «sucesso» da greve dos médicos.

«Toda esta gente, todos os médicos e médicas e as profissões da saúde, que querem defender o SNS contra a ganância das empresas de trabalho temporário, contra os interesses privados que pensam no lucro e não nas pessoas, contra a mesquinhez com que o Governo tem atuado na saúde, essas pessoas estão a fazer um grande serviço à democracia», sustentou.

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Ricardo Mexia, do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), disse aos jornalistas, no final da reunião, que as «reivindicações» dos clínicos vão no sentido do que veem «reivindicando desde 2009, que é uma grelha salarial, e na defesa do SNS, o sítio onde a esmagadora maioria dos médicos trabalha e para o qual contribuem decisivamente para o sucesso».

«Há um conjunto de reivindicações que foram despoletadas por este concurso para contratação de médicos à hora», disse, ainda, citado pela Lusa.

O sindicato responsabiliza o Governo pela greve «que, através de um conjunto de medidas e até de alguma conflitualidade, empurrou os médicos para esta situação», frisando que em dezembro foi desconvocada uma paralisação.

«Durante seis meses o Governo não conseguiu apresentar uma grelha salarial, que era o que estávamos a discutir em concreto, para as 40 horas e que agora consiga apresentar. Obviamente que os sindicatos estão sempre disponíveis para negociar, mas têm de negociar com base em coisas concretas», defendeu.

Segundo o pré-aviso de greve nacional declarada pelo SIM, os médicos não aceitam «a degradação do SNS, da qualidade do exercício técnico da medicina e da formação médica e o golpe fatal na Carreira Médica, agravada com a abertura de concurso para trabalho à peça, sob a forma de prestação de serviços, representando 2,5 milhões de horas anuais, equivalentes ao trabalho de 1700 profissionais».

Os médicos não aceitam ainda «a degradação das condições de trabalho e do exercício profissional, consequente a uma lógica liberal na gestão das unidades de saúde, que afasta os mais experientes e capazes, que dificulta a formação médica contínua, pré e pós-graduada, e que desqualifica a investigação, contribuindo para uma diminuição de qualidade».

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