Os familiares das vítimas da tragédia de Entre-os-Rios apresentam sábado a obra social «A Ponte», para acolher 16 crianças em risco, sem saberem ainda como vão conseguir custear a parte que lhes cabe na construção do empreendimento.
Dirigentes da associação já tiveram de se colocar na posição de fiadores para poderem satisfazer compromissos mais imediatos relacionados com a obra, assegurou à Agência Lusa esta quinta-feira o vice-presidente da Associação de Familiares das Vítimas da Tragédia de Entre-os-Rios (AFVTE-R), Augusto Moreira.
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«A Ponte» - que foi lançada em Março deste ano e deverá entrar em funcionamento em Fevereiro de 2008 - custa mais de 600 mil euros, dos quais 400 mil serão pagos por verbas do Programa Operacional de Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS).
A AFVTE-R, que afirma enfrentar problemas financeiros «dramáticos», garante que só poderá pagar os restantes 200 mil euros «com recurso à solidariedade de pessoas, empresas e entidades de todo o país».
Apoios insuficientes
Após a queda da ponte, que a 4 de Março de 2001 matou 59 pessoas, os familiares das vítimas receberam donativos de todo o país e do estrangeiro.
Mas os cerca de 20 mil euros então obtidos foram despendidos no projecto do centro e nas despesas relacionadas com o processo judicial que culminou, a 20 de Outubro de 2006, com a absolvição de seis engenheiros acusados pelo Ministério Público de não terem feito o que estaria ao seu alcance para evitar o colapso da ponte.
A apresentação de «A Ponte» ocorrerá, às 16:00, em Oliveira do Arda, Raiva, Castelo de Paiva.
A AFVTE-R foi constituída na sequência do colapso da ponte Hintze Ribeiro, ocorrida em 4 de Março de 2001, que provocou a morte de 59 pessoas que seguiam num autocarro e três automóveis.
Converteu-se mais tarde em instituição privada de solidariedade social.
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