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Alterações climáticas e progresso ameaçam rios ibéricos

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«Os três rios e as três bacias hidrográficas portuguesas mais importantes: Douro, Tejo e Guadiana» é o tema principal da participação portuguesa na Expo Saragoça 2008

A gestão dos rios partilhados por Portugal e Espanha enfrenta desafios e incertezas relacionados com as alterações climáticas e os efeitos do desenvolvimento económico, as principais preocupações dos especialistas do sector.

Portugal e Espanha partilham cinco bacias hidrográficas (Douro, Lima, Minho, Tejo e Guadiana) cujo uso e aproveitamento está regulado por acordos bilaterais.

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O último convénio aprovado pelos dois países em matéria dos recursos hídricos partilhados é a chamada Convenção de Albufeira, assinada em 1998, e que foi revista este ano, nomeadamente em termos do regime de caudais.

«Os três rios e as três bacias hidrográficas portuguesas mais importantes: Douro, Tejo e Guadiana» é o tema principal da participação portuguesa na Expo Saragoça 2008 que decorre naquela cidade espanhola entre 13 de Junho e 14 de Setembro.

Mas o bom estado das águas, condição essencial para o cumprimento da Directiva Quadro da Água, enfrenta vários desafios que terão de ser superados em conjunto pelos dois países.

É necessário esforço financeiro

Desde logo, porque será necessário um elevado esforço financeiro para «recuperar rapidamente a qualidade das massas de água», como frisou José Rocha Afonso, do Instituto da Água (Inag), num encontro recente sobre «Planeamento Hidrológico e Alterações Climáticas no Contexto Transfronteiriço».

O panorama não é optimista. As previsões futuras apontam, segundo o mesmo especialista, para a intensificação dos usos da água nas bacias hidrográficas luso-espanholas, cumulativamente com eventuais efeitos das alterações climáticas, derivadas da corrida às fontes renováveis hídricas para produção de energia eléctrica nas zonas de maior abundância de água e da criação de oferta turística baseada na utilização intensiva de água em zonas secas.

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Também o climatologista Filipe Duarte Santos exprimiu, no mesmo encontro, as suas preocupações.

«O planeamento actual e futuro da gestão dos recursos hídricos, tendo em atenção os cenários climáticos futuros», afirma num documento.

Falta de água

Entre os principais impactos, contam-se a redução da disponibilidade da água, um aumento da assimetria Norte-Sul, aumento da assimetria sazonal, mais risco de cheias no Norte e de secas do Sul e diminuição da qualidade da água superficial e subterrânea.

Para fazer face a estes efeitos, o especialista sugeriu medidas de adaptação genéricas, como a redução das perdas nos sistemas, reutilização e redução do consumo de água, dessalinização da água do mar ou de águas salobras, e específicas, entre as quais a deslocação de pessoas e bens das zonas com elevado risco de cheia.

A poluição de origem agrícola foi outro dos desafios citado por José Rocha Afonso, sobretudo devido aos efeitos da rega intensiva, da pecuária extensiva e das pressões originadas pela corrida à produção de cereais e outras matérias destinadas aos bio-combustíveis.

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