O especialista em incêndios florestais Hermínio Botelho considerou, este domingo, as queimadas agrárias, que ficaram por fazer por causa do inverno chuvoso, como uma das maiores preocupações da época de incêndios que agora começa.
O professor do Departamento de Ciências Florestais da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) explicou à Lusa que a chuva intensa que caiu este ano vai ter duas consequências ao nível dos incêndios florestais.
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A mais «complexa e difícil de gerir» está relacionada com as queimadas que «ficaram adiadas e com certeza vão ocorrer a partir de agora».
No mundo agrário é muito comum a utilização do fogo para, por exemplo, renovação de pastagens.
Outra consequência do inverno chuvoso é que vai haver mais biomassa nos matos e florestas, no entanto, «isso não significa que essa biomassa vá estar sempre em condições de arder».
Baixa humidade, temperaturas altas e vento leste: uma mistura explosiva
Hermínio Botelho afirmou que são as «circunstâncias conjunturais de cada momento» que provocam anos de maior gravidade em termos de ocorrência de incêndios.
«Se tivermos um verão muito seco, com a conjugação de dias com temperaturas muito altas, humidade do ar bastante baixa e algum vento, nomeadamente ventos secos de leste, haverá com certeza um número de ocorrências muito grande e que pode ocasionar uma incapacidade do dispositivo atender a todos os focos de incêndio que ocorrerem», referiu.
Todavia, se continuar a chover nos próximos meses, o verão pode até ser calmo, diz o especialista.
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