Economia mundial deve abrandar para crescimento de 3,1%

A economia mundial deverá crescer 3,1 por cento em 2008, em abrandamento, com desaceleração do crescimento económico na maioria das regiões do mundo, prevê a Unidade de Informação Económica (EIU) do Grupo Economist.

Na União Europeia, a economia deverá crescer 2,1% em 2008, após 2,8% este ano, e na Zona Euro o Produto Interno Bruto(PIB) deverá aumentar 1,9% próximo ano (2,6% em 2007), enquanto a inflação na Zona Euro se manterá em 1,9% em 2008, adianta.

Segundo a agência «Lusa», a EIU admite que o crescimento do investimento em muitos países europeus seja travado por uma redução do crédito, devido a políticas mais restritivas de empréstimos por parte da banca.

A EIU, do grupo da revista Economist, apenas prevê uma aceleração do crescimento económico em 2008 na África subsahariana (para 6,4%), o maior desde os anos setenta, e no Médio Oriente e Norte de África (para 5,4%), em ambos os casos após acréscimos do PIB de 5,3% no ano em curso.

Indica que o crescimento da África Subsahariana será impulsionado por uma produção crescente de petróleo e minerais.

Quanto à América do Norte (Estados Unidos, Canadá e México), a EIU admite desacelerações do crescimento económico, para 2,0% no ano em curso e 1,6% no próximo.

Em relação aos Estados Unidos, aponta para um crescimento de 1,5% em 2008, devido à manutenção dos problemas nos mercados financeiros e a um agravamento da queda dos mercados financeiros, considerando haver uma probabilidade de 40% de os Estados Unidos entrarem em recessão.

A EIU assinala que os problemas do crédito em vários mercados chave, associados à crise no mercado residencial, resultarão num nítido abrandamento da zona da OCDE em 2008, sublinhando que esse efeito será parcialmente contrabalançado por um crescimento robusto em muitos mercados emergentes.

Angola: campeã de crescimento

Para 2008, a EIU prevê que se registem crescimentos do PIB de 21,4% em Angola, país que será campeão mundial do crescimento, de 17,4% no Azerbeijão, de 11,7% na Guiné Equatorial, de 10,0% na China, de 9,5% na Libéria, de 9,3% no Qatar, de 9,1% no Sudão e 9,0% na Arménia e na Geórgia.

A EIU destaca que o crescimento ainda robusto em 2008 será acompanhado por um pouco usual alto nível de riscos políticos e económicos.

Os riscos de sentido descendente para a economia mundial provêm de uma possível intensificação da crise dos mercados financeiros, pressões inflacionistas provenientes do aumento dos preços do petróleo e produtos alimentares, um abrandamento superior ao esperado no comércio internacional e riscos geopolíticos devido à tensão no Médio Oriente e instabilidade política num conjunto de países, indica.

A EIU espera que o dólar mantenha a tendência de enfraquecimento em 2008, desvalorizando 5,4% em média, e que se mantenha a trajectória de agravamento dos preços do petróleo bruto, com a variedade de petróleo brent a subir de 65,3 dólares por barril em 2006, para 73,3 dólares este ano e 78,0 dólares no próximo (mais 6,4%).