«Portugal está no terceiro mundo do sistema tributário» - TVI

«Portugal está no terceiro mundo do sistema tributário»

  • Sónia Peres Pinto
  • 21 abr 2009, 06:46

Associação desafia Governo a criar políticas que estimulem as empresas que criem emprego, mesmo que seja a prazo

As alturas de crise são o momento ideal para o Governo rever a actual política fiscal, para ajudar as empresas, e apostar na suspensão de alguns impostos, como o pagamento especial por conta, revela o presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) em entrevista à Agência Financeira.

«O Estado quando pede o pagamento especial por conta está a presumir que as empresas têm lucro. Hoje sabe-se que grande parte das empresas não tem condições para ter lucro. Além do valor económico está ainda a querer tirar das empresas alguma energia que ainda têm».

Empresas têm de encontrar parceiro financeiro e não operador

Segredo de um negócio «está em inovar e não imitar»

Quer reduzir custos? Saiba tudo aqui

O responsável vai mais longe e diz que «ter um imposto sobre um rendimento que não virá então significa que estamos no terceiro mundo do sistema tributário. Se o Governo quer criar um imposto de porta aberta, só por existência de empresa então muito bem, mas que o chame de imposto de existência de empresa».



Veja as declarações em vídeo aqui

Promover políticas de emprego

Armindo Monteiro desafia ainda o Governo a criar políticas que estimulem as empresas que criem emprego, mesmo que seja a prazo.

«Não faz sentido que, numa altura em que a taxa de desemprego está a aumentar, querer tributar quem ousa criar um posto de trabalho mesmo que seja a prazo. O Estado cobra mais 3 pontos percentuais porque a empresa por prudência criou esse trabalho a prazo e não sem termo», refere à AF.

Há postos de trabalho a serem mantidos de forma artificial»

Para o presidente da ANJE, o Estado deveria ainda estar mais preocupado em criar alternativas do que «em salvar empresas que já está à beira da morte».

«As garrafas de oxigénio estão a ser todas dirigidas para os cuidados intensivos e não estão a ser desviadas para a maternidade. Muitos dos meios que o Estado está a aplicar estão a recair em empresas à espera da morte», critica.

De acordo com o dirigente da associação, «alguns postos de trabalho estão a ser mantidos de forma artificial e não vão ter sustentabilidade para se manter».

Para Armindo Monteiro, a grande preocupação do Estado deveria passar por «assumir que aquela empresa não é viável para manter os postos de trabalho e ajudar a criar outras que possam assumir a mão-de-obra que entretanto fica liberta. Está-se a evitar que as empresas despeçam quando se deveriam criar outras para que estas contratem».
Continue a ler esta notícia