As alturas de crise são o momento ideal para o Governo rever a actual política fiscal, para ajudar as empresas, e apostar na suspensão de alguns impostos, como o pagamento especial por conta, revela o presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) em entrevista à Agência Financeira.
«O Estado quando pede o pagamento especial por conta está a presumir que as empresas têm lucro. Hoje sabe-se que grande parte das empresas não tem condições para ter lucro. Além do valor económico está ainda a querer tirar das empresas alguma energia que ainda têm».
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O responsável vai mais longe e diz que «ter um imposto sobre um rendimento que não virá então significa que estamos no terceiro mundo do sistema tributário. Se o Governo quer criar um imposto de porta aberta, só por existência de empresa então muito bem, mas que o chame de imposto de existência de empresa».
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Promover políticas de emprego
Armindo Monteiro desafia ainda o Governo a criar políticas que estimulem as empresas que criem emprego, mesmo que seja a prazo.
«Não faz sentido que, numa altura em que a taxa de desemprego está a aumentar, querer tributar quem ousa criar um posto de trabalho mesmo que seja a prazo. O Estado cobra mais 3 pontos percentuais porque a empresa por prudência criou esse trabalho a prazo e não sem termo», refere à AF.
Há postos de trabalho a serem mantidos de forma artificial»
Para o presidente da ANJE, o Estado deveria ainda estar mais preocupado em criar alternativas do que «em salvar empresas que já está à beira da morte».
«As garrafas de oxigénio estão a ser todas dirigidas para os cuidados intensivos e não estão a ser desviadas para a maternidade. Muitos dos meios que o Estado está a aplicar estão a recair em empresas à espera da morte», critica.
De acordo com o dirigente da associação, «alguns postos de trabalho estão a ser mantidos de forma artificial e não vão ter sustentabilidade para se manter».
Para Armindo Monteiro, a grande preocupação do Estado deveria passar por «assumir que aquela empresa não é viável para manter os postos de trabalho e ajudar a criar outras que possam assumir a mão-de-obra que entretanto fica liberta. Está-se a evitar que as empresas despeçam quando se deveriam criar outras para que estas contratem».
«Portugal está no terceiro mundo do sistema tributário»
- Sónia Peres Pinto
- 21 abr 2009, 06:46
Associação desafia Governo a criar políticas que estimulem as empresas que criem emprego, mesmo que seja a prazo
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