Agências de Viagens apelam ao diálogo sobre futuro da secretaria de Estado do Turismo - TVI

Agências de Viagens apelam ao diálogo sobre futuro da secretaria de Estado do Turismo

Praia

A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) manifestou esta segunda-feira a sua estranheza sobre a decisão numa eventual mudança da Secretaria de Estado do Turismo para o Algarve.

Uma intenção manifestada por Pedro Santana Lopes, e sobre a qual a APAVT lembra o Governo para a necessidade de debate com os empresários do sector.

De acordo com o presidente da APAVT, Vítor Filipe, esta «trata-se de uma matéria que, ao que sabemos, nunca foi abordada nem discutida com os empresários do sector, que nos parece deviam ter uma palavra a dizer. Sem mais dados sobre a lógica que terá presidido, se de facto existe essa intenção, à mudança noticiada, a associação dos agentes de viagens apela ao debate com os empresários do sector».

Assim sendo, «a ser verdade», a APAVT gostaria «de saber dos racionais de suporte a essa intenção, pois que numa primeira abordagem, nenhum a parece justificar». É que, segundo a associação, que cita dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), «apesar de o Algarve ser ainda a região que mais contribui para os proveitos totais do turismo (32,2%), Lisboa e Vale do Tejo representam já 31,3% desse valor, ou seja, uma diferença inexpressiva, tanto mais que a taxa de crescimento é actualmente favorável à capital».

Por outro lado, acrescentam que «se a opção for por uma questão de proximidade dos centros de decisão empresariais na área do turismo, parece-nos que a opção do Algarve carecerá de uma análise mais profunda, sendo certo porém que o negócio do turismo não se resume ao incoming, nem à hotelaria, onde porventura o Algarve terá eventualmente maior expressão. Também em termos de imagem esta ideia parece justificar algum debate, na medida em que o sector tem nos últimos anos pugnado por uma diversificação de produtos, tentando criar alternativas à forte imagem de destino exclusivo de sol e praia, para a qual não parece em nada contribuir o sediar da principal estrutura governativa do turismo na região, por excelência, desse tipo de produto».

Ou seja, para a APAVT, na falta de dados e de uma maior explicação sobre a lógica de uma tal decisão, não é de todo possível uma melhor avaliação, o que a leva, e como «representativa de agentes económicos de todo o país», a alertar, para já, os responsáveis pelo futuro executivo, para a necessidade de debater em primeiro lugar tais opções com os empresários do sector, representados nas associações».

Para além disso, e na sequência de anteriores apelos que a associação tem feito neste sentido, a APAVT defende «que esta alteração no Governo cria uma boa oportunidade para dar resposta a uma das suas justas pretensões, que é o reconhecimento da importância do sector através da criação de um ministério próprio, que integre igualmente o transporte aéreo e as infra-estruturas aeroportuárias».

Refira-se ainda que, numa entrevista concedida à SIC na passada sexta-feira, o presidente da APAVT defendeu a manutenção da actual Comissão Executiva da TAP, liderada por Fernando Pinto, que tem estado em negociações com o Governo, agora demissionário, para a sua saída, dadas as incompatibilidades que são conhecidas com o Conselho de Administração da companhia aérea, que tem à frente Cardoso e Cunha.
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