Handling: empresa acusada de violar greve

O Sindicato dos Técnicos de Handling acusou hoje a Groundfroce de estar a contratar funcionários para substituir os trabalhadores que vão aderir à greve do próximo fim-de-semana, mas a empresa de assistência em terra nega.

Em declarações à Lusa, André Teives, do Sindicato dos Técnicos de Handling dos Aeroportos (STHA), afirmou que a «Groundforce tem estado a contratar pessoas, através do recurso a empresas de trabalho temporário, para substituir os funcionários que vão fazer greve».

De acordo com o sindicalista, hoje começaram a trabalhar 16 novos funcionários, uma medida que vai contra a actual legislação que «proíbe a contratação de qualquer funcionário a partir do momento em que dá entrada o pré-aviso de greve».

O STHA já apresentou queixa na Inspecção Geral do Trabalho (IGT), mas até agora não obteve qualquer resposta.

Normas estão a ser «cumpridas escrupulosamente»



Contactada pela Lusa, fonte oficial da Groundforce negou que a empresa esteja a contratar funcionários: «Tanto quanto sei, estão a ser cumpridas escrupulosamente as normas do processo de greve, e a contratação de trabalhadores é ilegal».

O STHA decretou uma greve para o próximo fim-de-semana, como forma de reivindicar uma revisão salarial e protestar contra horários que consideram «ilegais».

De acordo com André Teives, os trabalhadores de terra estão a cumprir «horários completamente ilegais, que não respeitam descansos mínimos e períodos de pequenos-almoços», o que traduz «uma violação grosseira à legislação» em vigor.

À greve, que será extensível aos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal, não se associam os restantes sindicatos representantes dos trabalhadores de handling da Groundforce, que «consideram haver ainda espaço para o diálogo com a empresa a propósito dos problemas que afectam os trabalhadores de handling seus representados».

No entanto, o STHA espera uma «adesão esmagadora», a rondar os 70 por cento.

Durante o período de greve (entre as 00:00 de sábado e as 24:00 de domingo), serão efectuados diariamente: um voo Lisboa-Ilha Terceira, um voo Lisboa-Ponta Delgada, um voo Lisboa-Porto Santo, um voo Porto-Ponta Delgada e um voo Porto-Funchal.

Os trabalhadores de terra dos aeroportos portugueses assegurarão também quatro voos para o Funchal e dois para Porto Santo.