Como reagir quando um banco colapsa? - TVI

Como reagir quando um banco colapsa?

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As poupanças portuguesas são protegidas pelo fundo de garantia de depósitos.

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Nem o melhor banco do mundo está a salvo da catástrofe de uma corrida aos depósitos como a que está a viver o britânico Northern Rock e a razão é simples: o dinheiro emprestado pelos depositantes não é para ficar parado nas caixas-fortes, mas antes para ser utilizado na concessão de crédito, refere o «Diário Económico».

Afinal, é essa a essência do negócio bancário e os pânicos não poupam sequer os bons bancos. Não beneficiando de nenhuma vantagem genética, a banca portuguesa não está, por isso, teoricamente, imune ao fenómeno do «bank running», caracterizado por uma onda de pânico e um saque em massa dos depósitos, no caso do Northern Rock, as estimativas apontam já para levantamentos, no período de três dias, de quase três mil milhões de euros.

Governo, Banco de Portugal e banqueiros garantem que o impacto da crise do «subprime» em Portugal será muito limitado e justificam essa certeza, entre outros aspectos, com a reduzida exposição das instituições portuguesas aos factores de instabilidade.

O objectivo primeiro desta mensagem é tranquilizar depositantes e investidores e evitar uma quebra de confiança no sistema bancário português. Uma brecha, por mais pequena que seja, pode ser fatal e causar danos graves no sistema. A sobrevivência dos bancos assenta num pilar, o da confiança.

Certo é que a convicção de que o risco de contágio desta crise a Portugal é muito reduzido é partilhada pela generalidade dos economistas e analistas. Não é, no entanto, de afastar a hipótese de poderem vir a surgir problemas pontuais, nomeadamente, na área da gestão de activos dos bancos.

Em Agosto, o valor das subscrições líquidas de fundos de investimento mobiliários foi negativo, 400 milhões de euros, o pior pico de verão desde 2002, o que mostra o permanente estado de alerta dos investidores portugueses. Neste momento, começam já a circular rumores de um acréscimo expressivo dos resgates em algumas sociedades gestoras de fundos de investimento.

Os subscritores temem uma eventual exposição dos fundos aos mercados norte-americano e britânico, um receio que se acentua por força do contágio da crise do «subprime» aos mercados accionistas.

«Poderemos assistir a casos pontuais, mas o risco é muito limitado. Os créditos de alto risco estão espalhados por todo o mundo e o que chega cá é muito pouco. Acredito que nada de muito grave se passará», sublinhou um antigo quadro do Banco do Portugal.
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