Berardo quer alegado perdão de dívidas investigado - TVI

Berardo quer alegado perdão de dívidas investigado

  • Portugal Diário
  • 14 out 2007, 11:57

BCP: filho de Jardim Gonçalves é sócio das empresas em causa

O empresário Joe Berardo, accionista de referência do BCP, quer que a CMVM e o Banco de Portugal investiguem o alegado perdão da dívida a cinco empresas das quais era sócio o filho do presidente do banco, noticia a Lusa.

Em declarações ao Correio da Manhã, o empresário madeirense defendeu que as entidades supervisoras do mercado de capitais e da banca não têm «outra alternativa» se não avançar com uma investigação sobre o BCP para averiguar da legalidade do processo.

Em causa está o alegado perdão de dívidas de 12,5 milhões de euros a cinco empresas do Grupo V, do qual era sócio Filipe Jardim Gonçalves, filho de Jorge Jardim Gonçalves, presidente do conselho geral e de supervisão do BCP.

Joe Berardo, que detém mais de seis por cento do BCP, sustenta que o processo, que remonta a 2004, padece de várias irregularidades.

«Há uma lei desde 2002 que não permite emprestar dinheiro a familiares e, por outro lado, as empresas não estão falidas», disse o investidor ao Correio da Manhã.

Joe Berardo reagia assim à notícia do semanário Expresso, que refere que os administradores Filipe Pinhal (hoje presidente executivo do BCP) e Alípio Dias, que conduziram o processo, classificaram as dívidas como incobráveis, dada a situação financeira das empresas.

Também o semanário Sol noticiou sexta-feira, na sua edição on-line, este assunto, referindo um valor superior da dívida, na ordem dos 15 milhões de euros.

«Dizem que é um negócio normal, não é. É uma desgraça», disse Joe Berardo ao CM, acrescentando que a filha de outro administrador, Christopher de Beck, «também tem negócios relacionados com o banco».

Joe Berardo foi um dos principais apoiantes do anterior presidente executivo do BCP, Paulo Teixeira Pinto, e um dos maiores críticos de Jardim Gonçalves na luta pelo poder no maior banco privado português, que culminou com a demissão de Teixeira Pinto e a nomeação de Filipe Pinhal.
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