Medidas restritivas do Governo têm de continuar até final de 2008 - TVI

Medidas restritivas do Governo têm de continuar até final de 2008

BdP

O governador do Banco de Portugal (BdP), Vítor Constâncio, foi ao Parlamento apresentar algumas boas notícias, mas deixou o alerta: os sacrifícios são para continuar.

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A instituição apresenta, no Boletim Económico, previsões de aceleração da economia, que deverá expandir-se 1,8% este ano e 2,2% no ano que vem. No entanto, estas projecções pressupõem «a manutenção do actual processo de consolidação orçamental que, não obstante alguns efeitos restritivos no curto prazo, é essencial para promover para promover um crescimento económico sustentado no médio e longo prazo».

A instituição assume ainda que «a prossecução do processo de consolidação orçamental em curso deverá impor a manutenção de uma política orçamental restritiva até ao horizonte da actual projecção (2008)».

«Estamos numa fase de consolidação económica que há um ano atrás ninguém previa. É definitivamente um factor de optimismo, que revela a capacidade de se fazerem reformas na sociedade portuguesa, e dessas reformas terem efeito», considerou o governador, em jeito de balanço.

Mas, apesar dos sinais positivos, Vítor Constâncio deixou também um alerta: é que os sinais positivos não permitem ainda que, nos próximos tempos, se relaxem as medidas restritivas que o Governo tem vindo a implementar. «Vamos precisar de uma racionalidade colectiva por muitos anos» para conseguirmos alcançar as metas de consolidação orçamental, disse.

Os grandes desafios

O que se afigura aos portugueses é ainda «um enorme desafio, para voltarmos a convergir com os nossos parceiros europeus. Os desafios em termos de produtividade são enormes», acrescentou. Vítor Constâncio sublinhou áreas como a qualificação de recursos humanos, a investigação e desenvolvimento e a tecnologia, onde «temos deficiências enormes que é necessário colmatar, o que exige um enorme esforço».

Além disso, lembrou, «temos ainda uma dose significativa de consolidação orçamental a conseguir», isto apesar de, no ano passado, o Governo ter conseguido ultrapassar as expectativas ao baixar o défice orçamental para 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB).

O governador apelou ainda a um «grande realismo e determinação», condições necessárias para «garantir um futuro melhor para os portugeuses».
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