«EUA contra John Lennon» - TVI

«EUA contra John Lennon»

  • Portugal Diário
  • 31 ago 2006, 13:55
John Lennon

Filme aplaudido em Veneza. Cantor «encarna a vida. Bush encarna a morte»

O documentário «The U.S. versus John Lennon», recebido esta quinta-feira com aplausos pela imprensa na Mostra de Veneza, denuncia a guerra no Iraque, ao mesmo tempo que descreve o combate do músico John Lennon contra a guerra do Vietname.

O filme, inédito, de David Leaf e John Scheinfeld, tem 99 minutos e foi projectado na secção «Horizontes» (filmes inovadores).

Nele se revive o ambiente de finais dos anos 60 nos Estados Unidos, um país dividido pela guerra no Vietname.

O documentário, metade crónica da época «hippie» e metade retrato de Lennon, que aparece descrito como um humanista e um fervoroso pacifista, funciona como um verdadeiro manifesto contra a guerra no Iraque, na medida em que as críticas formuladas contra o envolvimento norte-americano no Vietname são de uma pungente actualidade.

Os espectadores aplaudiram longamente a única menção, no filme, ao presidente norte-americano, George W. Bush. Fê-la o escritor Gore Vidal: «John Lennon encarna a vida, ao passo que (os presidentes norte-americanos) Nixon e Bush encarnam a morte».

«The U.S. versus John Lennon» combina imagens de arquivos e entrevistas de 30 intelectuais e jornalistas - Tariq Ali, Carl Bernstein, Walter Cronkite, Noam Chomsky - de activistas de esquerda, de ex-agentes secretos e da companheira do cantor, Yoko Ono.

O filme conta como «o mais inteligente» dos quatro Beatles, o mítico grupo de música pop britânico dos anos 60, pouco a pouco se converteu em «inimigo» do Estados Unidos, onde residia.

Denunciando incansavelmente o envolvimento dos EUA na guerra do Vietname, com uma guitarra, o espírito rebelde e o génio poético como suas únicas armas, Lennon «entrou em conflito directo» com a administração do presidente Richard Nixon.

Vigiado pelo FBI, que lhe pôs o telefone sob escuta e o fazia seguir na rua, segundo Yoko Ono, Lennon «tinha de ser neutralizado» - era pelo menos isto, como se diz no filme, o que advogavam as mais altas esferas do estado.

O cantor foi assassinado em Nova Iorque em 8 de Dezembro de 1980.
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