Presidente Vilarinho «despediu-se» do adepto Manuel - TVI

Presidente Vilarinho «despediu-se» do adepto Manuel

Nos próximos tempos o novo líder do Benfica não voltará a sentar-se na bancada Contou com a cumplicidade da polícia para chegar mais cedo ao seu lugar, criou enorme confusão à sua volta e terminou a ver o jogo com um boné emprestado.

Faltavam 15 minutos para as quatro da tarde quando, na porta 12 do Estádio da Luz, se ouviram as primeiras reacções à chegada do novo presidente do Benfica. Depois de um almoço com o seu staff, Manuel Vilarinho decidiu ir ver o seu primeiro jogo como presidente do Benfica junto dos sócios, no lugar cativo de que dispõe do lado nascente do estádio. 

Saudado e aplaudido, Manuel Vilarinho entrou no estádio pelas 15.50 horas, no meio da normal confusão que se gerou com a entrada do novo presidente. Entre várias saudações, como «acabou-se a ditadura» ou «então e o Jardel?», a frase mais ouvida era, sem dúvida, «viva o Benfica». 

Já dentro do estádio, ouvia-se no altifalante o anúncio da chegada de Manuel Vilarinho. Entre opiniões de apoio e algumas de discordância, o novo presidente lá foi entrando, sempre com muitas dificuldades.  

Mas quando se apercebeu que faltavam poucos minutos para o início do encontro e ainda tinha de dar uma grande volta até chegar ao seu lugar, Manuel Vilharinho decidiu saltar uma vedação-por sinal protegida por agentes da PSP, que não se opuseram ao delito-, o que lhe permitiu sentar-se antes do apito inicial do árbitro. 

Quem não gostou do pequeno «pecado» foram alguns dos sócios que se encontravam no local, que logo lembraram os agentes da autoridade de que poucos minutos antes tinha impedido um outro sócio de fazer o mesmo... Tudo acalmou com o início da partida. 

O boné emprestado 

O lugar cativo de Manuel Vilarinho fica na zona nascente do estádio, onde no final da tarde o sol bate com alguma intensidade. Os óculos de sol do novo presidente do Benfica não pareciam ajudar Vilarinho na complicada tarefa em que se tornou ver o jogo da equipa encarnada frente ao Campomaiorense. 

No meio da confusão que se gerou com a chegada do novo presidente, um sócio que normalmente se senta na mesma zona nas tardes de domingo, decidiu emprestar a Manuel Vilarinho o seu boné, vermelho e branco e com a águia bem ao centro, o que permitiu ao novo presidente ver o jogo com maior facilidade. 

Passados os primeiros minutos e com os ânimos mais calmos, ecoavam no estádio os cânticos dos «Diabos Vermelhos», que gritavam a plenos pulmões «o Benfica é o nosso enaltecer». 

Apesar de o jogo não apresentar grande emoção, às boas jogadas da equipa o presidente do Benfica reagia com tímidos aplausos e não deixava de expressar algumas críticas quando os jogadores falhavam os passes.  

No ambiente normal de um jogo de futebol, multiplicavam-se as opiniões dos «técnicos de bancada». Entre pequenos e graúdos, todos tinham algo a dizer ao novo presidente, que ouvia com atenção todos os comentários mas sempre com grande serenidade.  

Mesmo nos lances de maior perigo, em que alguns dos sócios se levantavam antecipando os festejos do tão desejado golo encarnado, Manuel Vilarinho mantinha a calma e, sentado na sua cadeira, procurava conter as emoções. 

Dança de cadeiras 

Durante todo o encontro, a área que rodeava o novo presidente do Benfica não teve descanso. Por um lado, os jornalistas que estava sentados nas escadas impediam a passagem dos sócios, por outro, os membros do staff de Manuel Vilarinho, que não tinham lugar cativo naquela zona, sentavam-se nas cadeiras perto do presidente e logo tinham de se levantar para dar lugar ao respectivo dono.  

Durante toda a primeira parte não parou a dança das cadeiras, que acabava por gerar algum descontentamento nos presentes que pretendiam apenas ver o jogo dentro das quatro linhas. 

Mas para desânimo da maioria a emoção não era grande. Com poucas jogadas de perigo, a equipa encarnada teimavam em não abrir o marcador e permitir aos sócios festejar o tão desejado golo.  

No final da primeira parte, o novo presidente do Benfica admitiu que o jogo estava «muito morto», mas já tinha «saudades de vir ao estádio viver todo este ambiente». Apesar de lamentar não conseguir ver a partida como simples adepto, Manuel Vilarinho, tal como os restantes, ansiava pelo primeiro tento do Benfica, que acabou por chegar apenas na segunda parte...

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