Cadilhe: Governo vai penalizar contribuintes - TVI

Cadilhe: Governo vai penalizar contribuintes

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Antigo presidente do BPN critica opção de nacionalização e acusa Banco de Portugal de «falha grave» perante as alegadas irregularidades da anterior administração

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«A nacionalização vai custar mais dinheiro aos contribuintes», garantiu esta quinta-feira Miguel Cadilhe, na Comissão Parlamentar de Inquérito à Nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN).

«O Governo não aprovou a proposta do BPN, que não se iria pendurar no dinheiro dos contribuintes», acusou ainda o anterior presidente, que não poupou críticas ao Banco de Portugal nem ao Executivo socialista.

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Cadilhe acusa Banco de Portugal de não ter investigado irregularidades no BPN

Para Miguel Cadilhe «houve uma falha grave e demorada do Banco de Portugal (BdP) e isso é inadmissível». A instituição liderada por Vítor Constâncio foi criticada pelo antigo presidente do BPN também pela forma como BdP lidou com as irregularidades praticadas pela anterior administração, apesar de admitir que também não tinha conhecimento da situação em que estava o banco.

Mais: Cadilhe considera que o «BdP tinha o dever de evitar que uma nova administração entrasse no BPN», concluiu, até porque a «situação mais custosa para o contribuinte é nacionalização», que «envolve apenas capitais públicos».

Uma atitude errada, sobretudo, «quando se estava a chamar as pessoas às suas responsabilidades e a travar actividades ilícitas... Nessa altura, vem o Governo e lança a bomba atómica», disse Miguel Cadilhe perante os deputados, no Parlamento.

«[Quando assumi funções] Não sabia da situação do banco. Sabia que havia problemas sérios, mas não sabia da sua situação patrimonial e financeira, nem da densidade, do grau de incidência, do carácter sistemático de práticas evasivas, de negócios ruinosos, sem que contra as expectativas normais, um tal estado continuado e auto-alimentado de situações irregulares e de casos danosos sem que isso a seu tempo tivesse sido detectado e travado por quem tinha deveres de o fazer».

O antigo ministro de Cavaco Silva liderou o banco durante quatro meses, entre Julho e Novembro do ano passado. O Governo anunciou a nacionalização do banco no dia 2 de Novembro e a gestão foi assumida pela Caixa Geral de Depósitos.
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