Caso Sócrates: «Berlusconi não faria melhor» - TVI

Caso Sócrates: «Berlusconi não faria melhor»

  • Portugal Diário
  • 3 abr 2007, 17:34
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Acusação lançada por deputado do PSD, sobre pressões aos jornais

PSD e CDS-PP acusaram o Governo de pressionar a comunicação social, por vezes directamente através do primeiro-ministro, para tentar abafar notícias desfavoráveis, apontando os testemunhos dos directores da SIC e da Rádio Renascença, informa a agência Lusa.

Em resposta, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, desafiou o deputado do PSD que levantou a questão, Agostinho Branquinho, a levá-la à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e a retirar o que disse se as acusações não se comprovarem.

A intervenção de Agostinho Branquinho baseou-se numa notícia do semanário Expresso deste sábado intitulada «Impulso irresistível de controlar» e o deputado acusou o Governo de «ameaças, tentativas grosseiras de manipulação» e «compra de silêncios cúmplices» para «abafar» as notícias que «não lhe servem».

O social-democrata citou declarações do director de informação da Rádio Renascença, Francisco Sarsfield Cabral, dizendo que «lhe ligaram várias vezes e para a redacção a protestar por causa de uma notícia, pressão que terminou com uma ameaça de protesto em tribunal». Acrescentou que o director da SIC-Notícias relatou ao Expresso que o próprio primeiro-ministro, José Sócrates, lhe ligou «furibundo» e que recebeu do Governo telefonemas considerando que a licenciatura de Sócrates «não era assunto».

«O senhor Berlusconi não faria melhor», declarou o deputado do PSD, concluindo depois que se trata de tentar que os jornalistas «não possam exercer de forma livre» o seu trabalho, «uma situação muito grave, que põe em causa os bastiões da sociedade democrática».

O CDS-PP foi o único partido da oposição a pedir a palavra sobre este assunto.

O deputado do CDS-PP Pedro Mota Soares juntou-se ao PSD e considerou que o comportamento do Governo é «grave e inédito», defendendo que «a imprensa é livre em Portugal» mas «é verdade que existem pressões, feitas inclusivamente pelo primeiro-ministro».

O ministro dos Assuntos Parlamentares, com o pelouro da comunicação social, chegou a meio do debate mas a tempo de desafiar Agostinho Branquinho a, «se tem dúvidas», levar a questão à ERC e a «retratar-se imediata e publicamente» se não ficarem demonstradas as suas acusações. Augusto Santos Silva salientou que «a deliberação da ERC sobre as acusações formuladas pelo mesmíssimo Agostinho Branquinho sobre a alegada influência do Governo sobre a RTP em matéria de combate aos fogos florestais» não confirmou essas acusações.
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