Apito Dourado: vice de Gondomar retomou funções - TVI

Apito Dourado: vice de Gondomar retomou funções

José Luís Oliveira

«Vereador sem pelouros» não necessita de contactar com outros arguidos da autarquia

O vice-presidente da Câmara de Gondomar, José Luís Oliveira, um dos arguidos no processo «apito dourado», já retomou funções na autarquia.

Fonte oficial da Câmara disse ao PortugalDiário que «desde que José Luís Oliveira deixou de estar detido, a suspensão do mandato extinguiu-se automaticamente».

Uma das medidas de coação aplicadas a José Luís Oliveira é a proibição de contacto com os outros arguidos. Valentim Loureiro, presidente da autarquia, e Joaquim Castro Neves, vereador, são outros dos envolvidos no processo.

Mas o PortugalDiário sabe que José Luís Oliveira foi aconselhado a falar com Valentim Loureiro «sempre que estejam em causa questões relacionadas com o executivo camarário». A mesma fonte disse ainda que esta «é a forma de cumprir o que foi o voto do povo».

Segundo fonte oficial da autarquia, o vice-presidente, neste momento um «vereador sem pelouros», já que as pastas que tinha «foram distribuídas» por outros edis. O facto de José Luís Oliveira não ter pelouros faz com que «não seja obrigado a ir à câmara nem a manter contactos com ninguém», explicou a mesma fonte.

Aliás, segundo a mesma fonte, o vice da autarquia «nem sequer tem estado presente nas reuniões camarárias», mas ressalva que «tem justificado todas as faltas».

Quem não está de acordo com esta cenário é a oposição. Ricardo Bexiga, vereador socialista na Câmara de Gondomar disse ao PortugalDiário que «esta situação é absolutamente inacreditável. Temos na autarquia três arguidos no processo apito dourado, e isso está a afectar o funcionamento da autarquia».

Em relação a José Luís Oliveira, Ricardo Bexiga considera que «neste momento, a câmara tem menos um vereador, que por acaso é vice-presidente».

O vereador socialista afirma que o presidente já foi questionado «por várias vezes» sobre a situação de José Luís Oliveira, mas «nunca respondeu».

José Luís Oliveira recorreu da medida de coacção que lhe foi aplicada. Recorde-se que também Joaquim Castro Neves já o tinha feito, e a medida foi considerada inconstitucional, porque ter levado à suspensão do mandato do vereador na autarquia. José Luís Oliveira ainda aguarda a decisão do seu recurso.

José Luís Oliveira foi o único dos 22 arguidos que esteve em prisão preventiva por ser suspeito de um crime de tráfico de influência, 15 de corrupção desportiva e outros tantos de corrupção activa para a prática de acto ilícito.
Continue a ler esta notícia