Sector cervejeiro de olhos postos hoje na Comissão Europeia - TVI

Sector cervejeiro de olhos postos hoje na Comissão Europeia

  • Rui Pedro Vieira
  • 18 mar 2008, 06:00
Cervejas

Decisão sobre compra da Scottish & Newcastle conhecida esta terça-feira

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A decisão deverá ser conhecida esta terça-feira: a Comissão Europeia (CE) vai pronunciar-se sobre a viabilidade da compra da Scottish & Newcastle, detentora da Central de Cervejas (dona da «Sagres»), pelo consórcio formado pela Heineken e a Carlsberg, segundo maior accionista da Unicer (dona da «Super Bock»).

A análise desta complexa operação, que vai ter repercussões no mercado cervejeiro, começou a ser feita pela CE no passado dia 7 e envolve uma avaliação da S&N por 10,32 mil milhões de euros.

Se tudo correr como o previsto, e não existirem oposições à compra, a proposta vai ser levada a assembleia-geral no dia 31 e, a ser aprovada pelos accionistas, concretizar-se-á a 28 de Abril.

Recorde-se que a Carlsberg é, actualmente, detentora de 44 por cento da Unicer (dona da «Super Bock»), enquanto a Scottish & Newcastle (SN) detém a totalidade da Central de Cervejas (dona da «Sagres»).

No entanto, tendo em conta que a SN deverá ser adquirida pelo consórcio Carlsberg/Heineken, neste cenário a Central de Cervejas passa a ser propriedade da Heineken, já que a Carlsberg mantém a sua participação na Unicer.

«No fundo, duas grandes cervejeiras europeias fizeram uma parceria. Nessa associação ficou claro que há uma divisão de fábricas», esclareceu à Agência Financeira o presidente da Associação dos Produtores de Cerveja (APCV), Francisco Gírio, aquando do anúncio da Oferta Pública de Aquisição (OPA) da SN.

Em termos práticos, várias vozes do sector nacional sublinham que esta operação não comprometerá a concorrência entre a «Super Bock» e a «Sagres», dado que duas das cinco maiores companhias compram outra das cinco, mas asseguram a sua independência.

Unicer e Central de Cervejas: análise da OPA

A Unicer deu, na altura do anúncio da OPA, os parabéns ao seu segundo maior accionista, a Carlsberg, pelo acordo de aquisição, juntamente com a Heineken, da Scottish & Newcastle.

No entanto, o presidente António Pires de Lima reconheceu «que não espera facilidades» da Central de Cervejas, caso passe a ser detida inteiramente pela Heineken.

Do lado da «Sagres», a empresa presidida por Alberto da Ponte sublinhou esperar efeitos da venda da SN a partir de Maio e assegurou, no final de Janeiro, que a concorrência com Unicer «manter-se-á aguerrida mas sã».

A Central de Cervejas pretende, por isso, manter a sua «política de crescimento sustentado e rentável».
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