Seca em Portugal é a mais grave dos últimos 60 anos - TVI

Seca em Portugal é a mais grave dos últimos 60 anos

Portugal atravessa tempos de seca

A percentagem do território nacional afectado pela seca severa e extrema agravou-se na última quinzena de Maio, sendo a actual situação classificada, em termos de área afectada, como a mais grave dos últimos 60 anos, revelam dados oficiais.

O último relatório da Comissão da Seca 2005, hoje divulgado pelo Instituto da Água, indica que, em termos percentuais, agravaram-se nos últimos 15 dias as classes de seca extrema (de 44 para 48% do território) e moderada (de 23 para 28%), refere a Lusa.

«68% do território está em situação de seca com intensidade severa e extrema», refere o documento, considerando que a actual situação é «quanto à área afectada em 31 de Maio de 2005 e, depois de 1945, a mais grave dos últimos 60 anos».

O relatório admite a possibilidade de desagravamento ligeiro da seca num cenário em que ocorra precipitação correspondente a uma situação normal, mas apenas nas regiões do Norte e Centro, mantendo-se em quase toda a região Sul a seca extrema.

Em termos de precipitação, o mês de Maio classificou-se como «chuvoso» em algumas zonas do Alentejo e normal a seco no restante território.

Mesmo assim, nas regiões do Centro e Sul os valores da percentagem de água no solo são inferiores a 30% da capacidade máxima, enquanto em partes do Baixo Alentejo e Algarve foram registados valores inferiores a dez por cento, muito abaixo dos valores médios para esta época do ano.

No que se refere ao abastecimento às populações, os principais problemas identificados pelos municípios prendem-se com o baixo nível de água nas origens subterrâneas e nas albufeiras.

A estabilização dos armazenamentos na maioria das albufeiras e nos caudais das linhas de água no Centro e Sul do país não é suficiente para alterar o nível de acompanhamento da situação de seca, tanto mais que os níveis das águas subterrâneas continuam a baixar, salienta o relatório.

As medidas de contenção de consumos, através de cortes ou reduções nos períodos de abastecimento, afectaram 3.564 pessoas nas localidades de Carrazeda de Ansiães, Mértola, Odemira, Sertã e Almeida.

Estão a recorrer a auto-tanques 16 municípios, que servem 11.891 habitantes.

Para fazer face ao acumular crescente de pedidos de apoio que têm sido dirigidos às entidades públicas, a Comissão recomenda que seja operacionalizada uma linha de apoio financeiro.

Os pedidos de apoio técnico e financeiro centram-se principalmente na prospecção de captações, execução de furos e respectivo equipamento, execução de reservatórios e adutoras, reabilitação de estações de tratamento de água e aquisição de camiões cisterna.
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