Apelo ao voto, diversidade e justiça marcaram vitórias nos prémios Emmy - TVI

Apelo ao voto, diversidade e justiça marcaram vitórias nos prémios Emmy

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  • 21 set 2020, 09:20

Numa cerimónia em que os vencedores falaram a partir de casa ou de festas isoladas, por causa da pandemia de covid-19, Mark Ruffalo fez o discurso mais fervoroso da noite

Os atores Mark Ruffalo, Daniel Levy e Regina King usaram os seus discursos de vitória nos prémios Emmy, que a Academia de Televisão entregou esta madrugada em Los Angeles, para fazer apelos ao voto, diversidade e justiça.

Numa cerimónia em que os vencedores falaram a partir de casa ou de festas isoladas, por causa da pandemia de covid-19, Mark Ruffalo fez o discurso mais fervoroso da noite.

Temos um momento grande e importante à nossa frente", disse o ator, referindo-se às eleições de 3 de novembro, que vão definir o próximo presidente dos Estados Unidos e a composição do congresso.

 

Vamos ser um país de divisão e ódio? Um país apenas para certos tipos de pessoas? Ou vamos ser um [país] de amor, força e luta, onde todos têm o sonho americano e a busca da vida, liberdade amor e felicidade?", questionou.

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Ruffalo, que venceu na categoria de Melhor Ator em minissérie por "I Know This Much is True", apelou aos cidadãos para que "façam um plano" e votem "pelo amor, compaixão e bondade".

Temos de nos aproximar com amor, uns pelos outros", disse, na companhia da mulher, Sunrise Coigney. "E se vocês são privilegiados, têm de lutar pelos menos sortudos e mais vulneráveis", afirmou, dizendo que a diversidade "é o que é excelente na América" e que "somos mais fortes juntos quando respeitamos a diversidade uns dos outros".

Antes de Ruffalo dizer estas palavras, já Daniel Levy tinha apelado ao voto num dos seus discursos de vitória, uma vez que o ator recebeu vários prémios Emmy esta madrugada, por "Schitt's Creek".

A nossa série, no seu âmago, é sobre os efeitos transformadores do amor e da aceitação, e isso é algo de que precisamos agora mais do que nunca", afirmou Levy, que interpreta um personagem pansexual em "Schitt's Creek". "Para qualquer um de vocês que ainda não se registou para votar, façam-no e votem, e essa será a única maneira de termos algum amor e aceitação".

Já as atrizes Regina King e Uzo Aduba envergaram camisas com a cara ou o nome de Breonna Taylor, uma afro-americana que foi morta a tiro quando a polícia entrou à força na sua casa, para executar uma busca referente a terceiros.

Têm de votar", disse Regina King, que venceu o Emmy de Melhor Atriz em minissérie. "Seria negligente se não mencionasse isso, já que faço parte de uma série tão presciente como 'Watchmen'", disse a atriz, que terminou com uma homenagem a Ruth Bader Ginsburg, a juíza progressista do Supremo Tribunal, que morreu na sexta-feira passada.

"Watchmen" parte de um acontecimento real, um massacre em Tulsa, em 1921, em que o local conhecido como "Wall Street Negra" foi palco de violentos motins durante os quais multidões de brancos incendiaram e pilharam casas e lojas, e atiraram sobre afro-americanos.

Cord Jefferson, que com Damon Lindelof recebeu o Emmy de Melhor escrita para minissérie por um dos episódios de "Watchmen", referiu o massacre como o "pecado original".

Este país negligencia e esquece a sua história, muitas vezes para seu próprio risco, e penso que nunca devemos fazê-lo", afirmou.

A 72.ª cerimónia de entrega dos prémios da Academia de Televisão decorreu em Los Angeles, sem público, e foi apresentada por Jimmy Kimmel.

HBO domina prémios com resultados modestos da Netflix

A HBO foi a cadeia que mais prémios Emmy arrecadou, levando 30 estatuetas e vencendo em várias das categorias mais importantes da cerimónia.

"Succession" foi considerada a Melhor Série Dramática do ano, "Watchmen" venceu o Emmy para Melhor Minissérie, "Last Week Tonight With John Oliver" foi a Melhor Série de Variedades, 'talk show', e "Bad Education" venceu na categoria de Melhor Filme para Televisão.

Nas categorias de representação, as séries da HBO - que totalizara 107 nomeações - renderam prémios a vários protagonistas, incluindo Regina King, por "Watchmen", Jeremy Strong, por "Succession", Zendaya, por "Euphoria", e Mark Ruffalo, por "I Know This Much is True".

Os números indicam que a HBO conseguiu voltar a superar a concorrência, com especial atenção para a plataforma de 'streaming' Netflix, que até tinha recebido um recorde de nomeações para os Emmys, 160, mais do que qualquer outra cadeia na história.

A Netflix totalizou 21 prémios Emmy, sendo apenas dois das categorias principais - Maria Schrader, por "Unorthodox", na realização, e Julia Garner, como Melhor Atriz Secundária, em "Ozark".

Ambas as plataformas conquistaram menos prémios que no ano passado: a HBO levou menos quatro; a Netflix, menos seis.

O mesmo sucedeu com o serviço de 'streaming' Amazon Prime, que teve um desempenho fraco, ao contrário do que aconteceu na edição dos Emmys em 2019. A plataforma levou apenas quatro estatuetas, todas por "The Marvelous Mrs. Maisel".

Também a Hulu teve uma contabilidade reduzida por comparação com outros anos, recebendo apenas uma estatueta.

Disney Plus e NBC, com oito Emmys cada, foram os destaques fora do pódio de plataformas de 'streaming' que nos últimos anos têm batalhado pelo domínio do panorama televisivo.

"The Mandalorian", da Disney Plus, venceu sete estatuetas. Este serviço de 'streaming' foi lançado nos Estados Unidos há menos de um ano e chegou a Portugal este mês.

Sem grandes surpresas nos prémios, a 72.ª cerimónia dos Emmys decorreu em Los Angeles, também sem público, por causa da pandemia de covid-19, e foi apresentada por Jimmy Kimmel.

O mundo pode estar terrível, mas a televisão nunca esteve melhor", disse o apresentador, sublinhando que estas séries se tornaram mais importantes que nunca para as famílias fechadas em casa durante o confinamento.

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