Governo exonera equipa da Santa Casa da Misericórdia, incluindo a provedora Ana Jorge - TVI

Governo exonera equipa da Santa Casa da Misericórdia, incluindo a provedora Ana Jorge

  • CNN Portugal
  • AG
  • 29 abr, 18:14

Antiga ministra da Saúde deixa a instituição numa grave crise financeira que já vinha do mandato anterior

A provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Ana Jorge, foi exonerada com "efeitos imediatos", assim como toda a equipa que dirigia. A notícia foi avançada pela SIC Notícias e confirmada pela CNN Portugal, naquele que é o fim de um período de um ano da antiga ministra da Saúde à frente da instituição.

"Infelizmente, esta decisão tornou-se inevitável por a Mesa, agora cessante, se ter revelado incapaz de enfrentar os graves problemas financeiros e operacionais da instituição, o que poderá a curto prazo comprometer a fundamental tarefa de ação social que lhe compete", esclarece o Governo, em comunicado. A decisão surge numa altura de grave crise financeira da instituição, que precisa de injeções recorrentes de dinheiro por parte do Estado. A título de exemplo, só este ano já foram colocados na Santa Casa da Misericórdia 40 milhões de euros.

O Executivo acusa assim a administração cessante de não ter tomado "as medidas adequadas que se impunham, para inverter rapidamente a situação financeira de extrema gravidade e os riscos de insustentabilidade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa" e de não ter apresentado "um plano estratégico ou de reestruturação, nem tão pouco um plano para fazer face às fortes quebras sentidas pela diminuição das receitas provenientes dos Jogos Sociais".

O Governo dá ainda conta de "receios fundados sobre a (falta da) diligência necessária da atual Mesa para resolver eficaz e celeremente a exposição à atividade internacional ruinosa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa" e da multiplicação dos "alertas de redução significativa da atividade da ação social" da mesma em território nacional.

Quando Ana Jorge assumiu o cargo de provedora a situação já estava muito má, mas o jornal Público avançou também esta segunda-feira que o Governo estava a exigir à antiga ministra da Saúde um plano de reestruturação urgente, num pedido que terá sido feito a 12 de abril, após uma reunião entre a provedora e a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Foram dadas duas semanas para apresentar esse mesmo plano, mas Ana Jorge disse, desde logo, que não iria conseguir cumprir o prazo.

Em causa estavam também várias críticas, sobretudo à forma como foi feita a gestão dos prejuízos que resultaram de investimentos no estrangeiro, nomeadamente no Brasil.

A equipa não estava a ser capaz de "apoiar os mais vulneráveis" e manter a confiança que a população deposita" na instituição - o que o Governo diz serem "os maiores ativos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa". "Ambos estavam a ser comprometidos pela Mesa cessante, bem como a anterior  desde logo ao não garantirem que a respetiva gestão se pautava pelo grau de diligência, rigor e transparência que são devidos pelo interesse público", afirma.

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