Facebook: um perigo para as relações - TVI

Facebook: um perigo para as relações

Mais de 50 mil utilizadores queixaram-se de invasão de privacidade

Estudo revela que a rede social está a desencadear uma espiral de ciúme e desconfiança

Relacionados
A rede social Facebook coloca os seus utilizadores a par das actividades dos seus contactos, mas também pode ser um veneno para os relacionamentos de casais e, como revela um estudo recente, está a aumentar o ciúme e as tensões entre os seus seguidores, escreve o «La Vanguardia».

Facebook processado por se tornar demasiado social



De acordo com o departamento de psicologia da Universidade de Guelph, o Facebook pode provocar graves situações de ciúme graças ao fluxo contínuo de informações sobre o que fazemos, de quem somos amigos e em que fotos aparecemos.

«O Facebook permite o acesso a informações que de outra forma não seria possível aceder e, esta informação carece muitas vezes de contexto», disse Amy Muise, uma das responsáveis do estudo da Universidade de Guelph.

O estudo, realizado entre várias centenas de estudantes universitários, dos quais um terço são mulheres, mostrou que o Facebook pode provocar uma espiral de desconfiança. Assim, um comentário banal no perfil do nosso parceiro feito por um contacto do sexo oposto pode levantar suspeitas e levar-nos a vigiar de perto a sua página do Facebook ... apenas para acabarmos por descobrir mais informações suspeitas e sentirmos mais ciúmes.

«Os sentimentos de insegurança sobre o nosso parceiro podem provocar comportamentos curiosos e, no Facebook é muito fácil aceder a essa informação», afirma Muise. Em muitos casos, o «espiado» nem sequer pode controlar o que aparece no seu perfil ou não o consegue fazer com rapidez suficiente.

Muise assinala que os psicólogos e os sociólogos estão a começar a entender como as redes sociais afectam as relações pessoais e cita o caso de uma mulher que descobriu que o seu namorado tinha terminado o namoro com ela porque alterou o seu «status» no Facebook para «solteiro».

Embora já tenha actualmente mais de 250 milhões de membros, o Facebook, por exemplo, era até há apenas três anos um portal de contactos limitado à comunidade universitária norte-americana.

«O Facebook tornou-se algo omnipresente, especialmente entre a faixa etária de nosso estudo», assinalou Muise. «Portanto, marcar presença na rede pode ser um aspecto importante da nossa vida social. E não pertencer ao grupo pode parecer socialmente muito arriscado», acrescentou.

Para muitos, no entanto, a popular rede social vai longe demais. Um grupo de cinco usuários do Facebook na Califórnia apresentou, este mês, uma acção contra o site, alegando que viola as leis de privacidade ao difundir informações privadas sobre os seus usuários sem os informar devidamente.

Não é a primeira vez que a empresa, sediada em Silicon Valley, enfrenta queixas ou críticas dos seus usuários pela forma como lida com dados privados, sendo que no início deste ano alterou as suas regras de utilização para dar aos usuários mais controlo sobre a sua privacidade. O processo recente, segundo os especialistas, tem poucas probabilidades de ser bem sucedido.
Continue a ler esta notícia

Relacionados