Carmona tenta nomear gestores antes de sair - TVI

Carmona tenta nomear gestores antes de sair

Carmona regressa à Câmara como presidente eleito

A menos de 24 horas de os partidos da oposição e do PSD formalizarem a renúncia dos seus vereadores, o executivo da Câmara de Lisboa decidiu avançar com várias nomeações.

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Na reunião camarária de amanhã é discutida a nomeação de dois administradores para a EPUL (Empresa Pública de Urbanismo de Lisboa), cujo mandato tem a duração de quatro anos, um para o Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL), também com a duração de quatro anos e de vários membros para a administração e conselho geral da empresa municipal de desporto («LX Desporto, EMM»), adianta o «Diário Económico».

As decisões de última hora surgiram antes da oposição ter concertado a renúncia colectiva aos mandatos, caso os vereadores do PSD não formalizem a demissão até quinta-feira, uma posição definida ontem. Entre as propostas a aprovar consta ainda o loteamento solicitado pelo Sporting.

Em causa estão os terrenos do antigo estádio José Alvalade, onde o Sporting pretende construir uma urbanização e encaixar 27,5 milhões de euros.

A polémica das nomeações dos administradores das empresas municipais coloca-se apenas no plano político e não no plano jurídico.

Isto porque, na prática, só depois da renúncia dos vereadores é que Carmona terá funções e capacidades reduzidas.

A ainda vice-presidente da autarquia, Marina Ferreira, justifica a ordem de trabalhos com a «gravidade dos assuntos». «A EPUL e o MARL precisam de funcionar nos próximos dois meses em que a câmara vai estar sem executivo. É determinante pagar ordenados e continuar com outras actividades de gestão corrente».

A oposição contesta a agenda demasiado longa. «Uma situação excessiva dada a crise», refere Sá Fernandes, vereador do Bloco de Esquerda, enquanto Rúben de Carvalho vai mais longe: «É um disparate pegado aprovar estas nomeações como se não estivesse a acontecer nada».

O gabinete de Marina Ferreira clarifica que «os nomes vão à reunião apenas para serem ratificados e para tranquilizar as empresas municipais, já que foram nomeados por despacho».

Mas, também para este argumento o PS tem resposta: «Toda a oposição aprovou a anulação do despacho do presidente, depois de Carmona Rodrigues nomear os dois administradores da EPUL», revela Nuno Gaioso Ribeiro. Também o vereador do CDS, Anacoreta Correia, admite «a recondução de pessoas que já estão em funções», mas tem «dúvidas» quanto a novas nomeações¿ numa fase de enorme fragilidade política.
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