Investigadores portugueses descobriram os meios para preservar pela primeira vez células estaminais do cordão umbilical, um avanço que permite aplicações terapêuticas mais vastas e complementares do que as já oferecidas pelas células do sangue do cordão.
O objectivo é que esta tecnologia, desenvolvida pela empresa de biotecnologia ECBio, com sede em Oeiras, venha a ser licenciada em Portugal e noutros países a empresas que já fazem criopreservação das células do sangue do cordão umbilical.
«Trata-se de uma novidade a nível mundial», disse à Lusa Pedro Cruz, investigador, director e administrador da ECBio. «Há várias empresas a trabalhar no isolamento das células estaminais do cordão, mas ainda nenhuma está a oferecer esse serviço no mercado».
«Embora o processo de isolamento seja inovador, o método de congelamento utilizado é semelhante ao das células do sangue do cordão e das células isoladas de outros tecidos», acrescentou.
Estas células, chamadas mesenquimatosas, são diferentes das do sangue, ou hematopoiéticas, cujas aplicações terapêuticas se limitam a regenerar tecido sanguíneo, e abrem um novo leque de aplicações em medicina de regeneração, de acordo com o investigador. As células estaminais mesenquimatosas servem de suporte aos tecidos e permitem por isso a recuperação dos vários órgãos.
São uma fonte não invasiva de células estaminais, como as do sangue do cordão, mas têm sobre estas a vantagem de serem em número superior e poderem ser usadas para regenerar outros tipos de tecido, como o ósseo, a cartilagem e o músculo, e em várias doenças, desde as cardiovasculares, vasculares periféricas e do sistema nervoso central, às doenças traumáticas e degenerativas e à diabetes.
«Estamos a trabalhar com hospitais, clínicas e outras instituições de investigação no sentido de desenvolver e demonstrar cientificamente essas aplicações, que são complementares das conhecidas para as células do sangue, que as pessoas já conhecem, mas a solução é a mesma, ou seja, a regeneração de tecido», disse Pedro Cruz.
A investigação durou três anos e a patente em Portugal foi obtida com base num contrato estabelecido entre a ECBio, que desenvolveu a tecnologia e as terapias, e a Cytothera, uma das empresas que já fazem criopreservação do sangue do cordão umbilical e que agora poderá oferecer os dois tipos de serviços.
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Células estaminais: portugueses desenvolvem tecnologia
- Redação
- - LM
- 20 nov 2008, 13:16
![Células Estaminais: Vaticano critica novo método](https://img.iol.pt/image/id/2181764/1024.jpg)
Técnica permite preservar pela primeira vez células estaminais do cordão umbilical. Um avanço que permite aplicações terapêuticas mais vastas
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