Suharto, o dirigente mais corrupto do mundo

O advogado do ex-ditador indonésio Suharto rejeitou hoje um relatório, elaborado sob a égide das Nações Unidas e do Banco Mundial, acusando o seu cliente de corrupção, noticia a Lusa.

Este relatório retoma uma lista da organização Transparência Internacional classificando Suharto, o «Pai do desenvolvimento» da Indonésia, como o dirigente mais corrupto do mundo.

Ele e a sua família teriam acumulado, segundo a organização não-governamental, entre 15 mil e 35 mil milhões de dólares. O Banco Mundial acrescenta que Suharto teria desviado entre 0,6 e 1,3 por cento do Produto Interno Bruto da Indonésia durante os seus 32 anos no poder.

«Trata-se de uma coisa muito, muito irresponsável da parte destas duas organizações», declarou Mohammad Assegaf, um dos advogados mais conhecidos de Suharto.

«É verdadeiramente lamentável que este relatório, citando Suharto, utilize a expressão estimativa dos fundos presumidamente desviados. Se quisessem ser sérios, deveriam realizar o seu próprio inquérito», acrescentou.

Assegaf recordou que Suharto, 86 anos, nunca foi condenado por corrupção pela justiça indonésia.

O relatório divulgado terça-feira inscreve-se na «Iniciativa para a Restituição de Bens Roubados», um programa recente do Banco Mundial que visa ajudar os países em desenvolvimento a recuperar os bens roubados por dirigentes corruptos.

Suharto, que abandonou o poder em Maio de 1998 sob a pressão de manifestações populares, vive num bairro residencial de Jacarta. As tentativas de o processar judicialmente foram adiadas sucessivas vezes, com os seus familiares a garantirem que não está em condições para responder a um interrogatório.