«Face Oculta»: Pacheco Pereira aponta culpas ao Governo - TVI

«Face Oculta»: Pacheco Pereira aponta culpas ao Governo

Pacheco Pereira e José Luís Arnaut

«Rede tentacular em empresas públicas é, em última instância, responsabilidade dos governantes», avisa deputado

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O deputado social-democrata, Pacheco Pereira, disse esta quinta-feira, na Assembleia da República, que o processo «Face Oculta» tem de ser visto «do ponto de vista político e não, apenas, judicial». Isto porque, para o político da bancada «laranja», há «pouca transparência» entre as relações dos agentes económicos e políticos.



«Quando se verifica a existência de uma rede tentacular em empresas públicas, não é, em última instância, uma responsabilidade dos governantes?», questionou Pacheco Pereira, justificando-se dizendo que «os gestores dessas empresas foram escolhidos por esses mesmo governantes».



«Uma das tendências dos governos, e não apenas em Portugal, é a intrusão dos interesses económicos nos gabinetes ministeriais», disse o deputado do PSD, acrescentando que espera ver «neste mandato os esclarecimentos necessários para acompanharmos as ligações» entre os agentes económicos e o Governo.



«É fácil dizer que o novo aeroporto custa zero, quando se tem empresários a dizerem que o aeroporto custa zero», reiterou Pacheco Pereira, garantindo que «se o Governo continuar a agir como se tivesse maioria absoluta vai criar um clima de instabilidade que não vamos aceitar».



No contra-ataque, José Sócrates apelou à «humildade» do deputado social-democrata, acrescentando, no caso do combate à corrupção, que esta «é uma prioridade, mas sem criar um clima de suspeição».

Pacheco Pereira voltou a pedir a palavra para «defesa da honra», acusando José Sócrates de «ataques pessoais», em vez que respostas concretas.

O deputado social-democrata reiterou que a «Assembleia da República tem de agir mais nos casos onde decisões com interesses económicos sejam tomadas por agentes políticos».

«Temos de saber porque foram tomadas, porque não foram feitos concursos públicos, em que empresas e em que situações», enumerou.
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