Prioridade de Portas é oposição «mais forte»

O ex-líder do CDS-PP Paulo Portas promete, caso recupere a presidência do partido, apresentar um Orçamento alternativo ao do Governo em 2009, ano de eleições autárquicas, europeias e legislativas.

No documento de orientação política para as eleições directas de 21 de Abril, intitulado «Directos ao Futuro», Portas assume como primeira prioridade da sua candidatura «melhorar a oposição ao Governo» liderado por José Sócrates.

«Perante um primeiro-ministro que é um político determinado - nas qualidades e nos defeitos - a oposição não pode ser fraca, não pode parecer resignada nem pode deixar-se acantonar», refere o ex-líder do CDS-PP, que retoma a ideia de apresentar uma equipa de Governo «sombra», tal como fez antes das legislativas de 2005.

No capítulo dedicado ao executivo socialista, o ex-líder do CDS critica a forma dos debates mensais com o primeiro-ministro no parlamento, que considera serem hoje «actos decorativos», e promete clarificar as diferenças programáticas com o PS.

Garantindo que não irá poupar a críticas os «sectores mais vulneráveis» do Executivo, Portas diz ainda que irá «reconhecer, sem embaraços, decisões correctas do Governo, quando as toma».

Como segundo objectivo da sua candidatura, o ex-ministro da Defesa aponta a liderança «do espaço político que não se revê na governação do PS», num claro «piscar de olhos» ao eleitorado do PSD.

«A prioridade, em 2007, é fazer crescer o CDS» e, para isso, o ex-líder democrata-cristão defende a abertura do partido ao centro-direita, a sua autonomia em relação a outras forças políticas, como o PSD, e a definição do perfil do CDS como «partido credível, moderado e com vocação de Governo».