Funcionária proibida de usar crucifixo - TVI

Funcionária proibida de usar crucifixo

  • Portugal Diário
  • 14 out 2006, 16:39

British Airways proibiu empregada de usar cruz durante o serviço

A transportadora aérea British Airways proibiu uma empregada de usar um crucifixo durante o serviço, escreve hoje o jornal Daily Mail, noticia a agência Lusa.

De acordo com o jornal, Nadia Eweida, 55 anos, que trabalha nos serviços de facturação da companhia no Terminal 4 do aeroporto londrino de Heathrow, foi enviada para casa em Setembro por se recusar a retirar a cruz.

Eweida, que trabalhou para a transportadora aérea durante os últimos sete anos, vai proceder judicialmente contra o seu empregador por discriminação religiosa, após ter sido suspensa do emprego durante duas semanas por transgredir o código de vestuário da companhia.

«Não vou ocultar a minha crença em Jesus. A British Airways permite às muçulmanas o uso de um lenço, aos sikh usarem turbante e outros símbolos religiosos», disse a funcionária. «Só aos cristãos se proíbe exprimir a sua fé. Sou uma empregada fiel e conscienciosa da British Airways, mas defendo os direitos dos cidadãos», acrescentou Eweida, uma mulher filha de pai egípcio e mãe inglesa.

Um porta-voz da transportadora confirmou hoje o caso, embora considerando «inadequado examiná-lo em detalhe». «A British Airways admite que os empregados uniformizados possam usar joalharia, incluindo símbolos religiosos. Mas a nossa política é que esses artigos só podem ser levados sob o uniforme, não sendo, pois, uma proibição», explicou.

«Esta regra, acrescentou a mesma fonte, é aplicada a todas as jóias e também aos símbolos religiosos, não se refere especificamente à cruz», disse.

Nadia Eweida, residente em Twickenham (sul de Londres), recebeu o apoio do seu sindicato (TGWU) e de mais de duas centenas de colegas que assinaram uma carta de solidariedade. O parlamentar Vince Cable, deputado pelo distrito de Twickenham, também exprimiu a sua solidariedade com Eweida ao classificar de «incompreensível» a decisão da British Airways.
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