Há 800 mil portugueses com doenças renais - TVI

Há 800 mil portugueses com doenças renais

  • Portugal Diário
  • 6 mar 2007, 09:43

E 14 mil doentes dependem de diálise ou transplante

Um em cada dez portugueses sofre de doença renal crónica, patologia que pode conduzir à falência da função deste órgão e obrigar o doente à diálise ou transplantação, como acontece a 14 mil pessoas em Portugal, escreve a Lusa.

Para sensibilizar a opinião pública para o impacto da doença renal crónica, que é potencialmente prevenível, assinala-se quinta-feira o Dia Mundial do Rim.

Este ano, a Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN) escolheu a doença renal crónica como tema da efeméride, lembrando que 800 mil portugueses sofrem desta patologia.

A doença renal crónica «constitui um grave problema de saúde pública», alerta a SPN, acrescentando que os rins nunca como agora estiveram tão ameaçados.

«A actual epidemia de diabetes e obesidade poderão contribuir para números ainda mais elevados no futuro», frisa a SPN.

Se não for diagnosticada e tratada, a doença renal crónica pode conduzir a graves problemas de saúde, incluindo a falência renal (insuficiência renal crónica terminal).

Portugal regista, todos os anos, 2.200 novos casos por ano de insuficiência renal crónica terminal, existindo actualmente 14 mil doentes dependentes de diálise ou de transplante renal.

A doença renal crónica pode afectar qualquer pessoa, embora seja mais frequente nos idosos, nas pessoas com diabetes, hipertensão arterial, obesidade, com algumas doenças hereditárias ou que têm antecedentes familiares de doença renal.

O rim é o órgão mais transplantado na Europa (16.176 em 2005), seguido do fígado (6.095), coração (2.004), pulmão (1.169), pâncreas (720), coração-pulmão (55), intestino (37) e os multiorgânicos (147).

Em Portugal, o transplante de rim é o segundo mais efectuado, com 380 intervenções em 2005, seguindo o da córnea (498). Nesse ano, foram igualmente transplantados 185 fígados, 46 corações, nove pâncreas e dois pulmões.

Contudo, a «procura» de um rim para transplante é muito superior à oferta, sendo a doação em vida (um dador vivo doar um rim para transplante) uma solução para esta necessidade.

Um dos entraves a esta dádiva de órgãos em vida era a existência de uma legislação em Portugal que obrigava à relação de parentesco até ao terceiro grau entre dador e receptor (doente).

O Governo decidiu, entretanto, alterar esta legislação, tendo apresenta do uma proposta cujo principal objectivo é «facilitar a efectivação de transplantes», acabando com a limitação à colheita de órgãos não regeneráveis, quando se trata de dador vivo, à existência de uma relação de parentesco até ao terceiro grau.

Para o CNECV, o fim desta limitação é «positivo» e permite a doação de órgãos por conjugues, por exemplo.

Contudo, o parecer do CNECV refere que a ausência desta restrição «poderá vir a facilitar a comercialização de órgãos, tecidos e células».
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