Portugal será menos afectado pela crise que o resto da Europa - TVI

Portugal será menos afectado pela crise que o resto da Europa

Ministro das Finanças , Teixeira dos Santos

Portugal será menos afectado pela crise do crédito de alto risco dos EUA, chamado subprime, do que o resto da Europa.

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A conclusão é do ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, com base nas últimas previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia europeia e do nosso País.

«As previsões de crescimento do FMI para a Europa incorporam uma atenuação de 0,4 pontos percentuais. Para a economia portuguesa essa atenuação é de 0,2 pontos percentuais. Ora, isto significa que o FMI estima que o impacto desta crise sobre a economia portuguesa será inferior ao impacto sobre a economia europeia», explicou.

O ministro acredita que «as autoridades norte-americanas estão na disposição de tomar todas as medidas para limitar o impacto da crise imobiliária e o seu alargamento a outros sectores da economia».

Assim, considera, «os EUA serão os primeiros a sofrer o efeito dessa crise, que se traduzirá num ligeiro abrandamento económico e não numa recessão, como alguns pessimistas inicialmente previam. O cenário de recessão nos EUA é muito pouco provável. A forma pronta e ousada como as autoridades actuaram logo no início desta crise, permite-nos acreditar que o impacto não será tão gravoso comos e chegou a temer».

Noutras zonas do globo, diz o ministro, «o impacto será ainda mais atenuado, devido à robustez das economias, não só das mais desenvolvidas, mas também das economias emergentes».

OE é prudente

Face aos dados, Teixeira dos Santos reiterou que as previsões económicas inscritas no Orçamento do Estado para o próximo ano são «prudentes», uma vez que incorporam já a penalização de duas décimas, prevista pelo FMI para a nossa economia.

Ainda assim, admitiu, «não ignoramos o efeito que o abrandamento da economia europeia teria na nossa economia. Mas os sectores exportadores têm demonstrado grande dinâmica, e têm ganho quota de mercado, também nas economias emergentes».

Incerteza pode pressionar consumo privado

No que se refere ao consumo privado, o ministro admitiu que também pode ser penalizado por esta crise. «Também não ignoramos o efeito que o ambiente de incerteza pode ter nas famílias e nas suas decisões de consumo. Por isso é que prevemos que o consumo privado cresça apenas 1,4% em 2008, em vez do valor próximo dos 2% que prevíamos antes, apesar de o crescimento económico esperado ser de 2,2%», concluiu.
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