«Até às 22:00 de hoje, circularam 160 comboios a nível nacional dos 1.352 que estavam previstos», sendo o serviço regional o mais penalizado pela greve, adiantou Ana Portela.
Segundo a porta-voz da empresa, “88% dos comboios foram suprimidos devido à paralisação que teve início à meia-noite de hoje.
Os revisores CP agendaram uma greve de dois dias (hoje e segunda-feira) para reclamar o cumprimento da decisão dos tribunais relativa ao pagamento dos complementos nos subsídios desde 1996.
A esta paralisação, convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão e Comercial Itinerante (SNTSF), vem juntar-se a greve ao trabalho em dia feriado promovida pela Federação do Sindicato dos Transportes e Comunicações (FECTRANS) para sexta-feira Santa e domingo de Páscoa.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do SNTSF, Luís Bravo, fez um balanço muito positivo do primeiro dia de greve, afirmando que «superou as expectativas» do sindicato.
Para Luís Bravo, a forte adesão à greve veio confirmar «o sentimento de revolta e indignação que os trabalhadores já sentiam há algum tempo».
“Estivemos nove meses a procurar junto da empresa e das tutelas que cumprissem a lei e nos tratassem com a mesma dignidade com que tratam os trabalhadores da Função Pública, em que descongelaram as progressões de carreira e as diuturnidades”, disse o sindicalista.
Esta greve foi «o culminar de nove meses de muito sacrifício em prol das dificuldades do país e da empresa», frisou.
Atendendo a estas questões, os trabalhadores têm sido «muito compreensivos», mas, «no fundo, sentem que da parte da empresa em relação a eles não houve correspondência aos mesmos sacrifícios», acrescentou.
Segundo Luís Bravo, os trabalhadores apenas exigem que se cumpra a lei: «É o mínimo que se pode exigir num Estado democrático e justo. É isso que procuramos».
Sobre as previsões para a greve de sexta-feira, o sindicalista disse que «será uma repetição da de hoje, mas se calhar ainda com menos comboios, porque os trabalhadores que quinta-feira ainda foram trabalhar na sexta poderão não ir».