Schroders espera descida das taxas de juro nos EUA e Zona Euro - TVI

Schroders espera descida das taxas de juro nos EUA e Zona Euro

União europeia

A Schroders, líder mundial da gestão de activos, estima que os bancos centrais europeu e norte-americano cortem as taxas de juro até ao final do primeiro semestre de 2008.

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A empresa diz, citada pela «Lusa», que isto se passará numa conjuntura de abrandamento económico dos dois lados do Atlântico.

«Esperamos que a Reserva Federal norte-americana (Fed) baixe as taxas em Dezembro e em Janeiro, em 25 pontos base em cada mês, e que o Banco Central Europeu (BCE) efectue também duas reduções, em Março e Junho de 2008, também de 25 pontos cada», afirmou o economista-chefe da Schroders, em Londres, à margem do European Media Day deste ano.

A suportar estas estimativas estão, de acordo com Keith Wade, os sinais de desaceleração económica na Europa e as dúvidas sobre se os Estados Unidos conseguirão evitar uma recessão, devido às crises dos mercados de crédito e imobiliário.

Corte nas previsões de crescimento dos EUA

«Reduzimos as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano para 1,2 por cento no quarto trimestre, razão pela qual vemos as taxas de juro a cair», afirmou Wade.

«O risco de recessão nos Estados Unidos é real. A turbulência nos mercados irá enfraquecer a actividade» na maior economia do mundo, «com o imobiliário e o consumo a abrandarem ainda mais», referiu.

No entanto, Keith Wade acredita que esse cenário pode ser evitado.

«A solidez do sector empresarial e da economia global (nomeadamente a dos países emergentes) sugere que a recessão pode ser evitada», isto, assumindo que «os problemas nos mercados de crédito abrandam no quarto trimestre deste ano», afirmou.

Para o economista, a crise do mercado hipotecário de elevado risco norte-americano (subprime) não trouxe só más notícias aos mercados.

O subprime pode ser uma oportunidade

Keith Wade considera que o subprime constitui-se também como uma «oportunidade», já que levou os bancos centrais a baixarem as taxas de juro e, em consequência disso, permitiu às pessoas com empréstimos puderem suportar o pagamento das suas hipotecas.

No caso da Europa, a expectativa de dois cortes na taxa de juro de referência assenta também numa redução da taxa de crescimento do PIB esperada para este ano para a Zona Euro, para os 2%, numa economia afectada pelos problemas dos Estados Unidos e pela progressiva valorização do euro face ao dólar.

Ao contrário do efeito de estímulo nas empresas exportadoras norte-americanas, a queda da nota verde vai continuar a penalizar as companhias europeias que exportam para os Estados Unidos ou para países onde a moeda de referência é o dólar.

Este facto, conjugado com os efeitos da crise do mercado de crédito em instituições financeiras europeias e na confiança dos investidores, vai penalizar a economia do «velho continente».

«O crescimento económico está a abrandar na Europa, as taxas têm de descer», sublinhou Lisa Coleman, responsável pela área de estratégia de crédito global da Schroders.
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