O primeiro-ministro abriu o debate quinzenal a dizer que "com os dados que tem hoje" pode assegurar que o défice de 2016 fica nos 2,3%, acima do previsto pelo Governo e por Bruxelas. Para António Costa, o ano que passou "foi um ano de viragem".
"Com os números de que já dispomos, posso garantir hoje, nesta Assembleia, que o défice de 2016 não será superior a 2,3%. Ou seja, e como repetidamente disse, o défice ficou confortavelmente abaixo do limite fixado pela Comissão Europeia”, referiu na abertura do debate quinzenal que decorre no Parlamento.
Aos deputados, Costa disse que "durante meses a fio perguntaram pelo Plano B e aguardaram pelo diabo" mas que não houve nem "Planos B" nem "orçamentos retificativos".
"Sim, cumprimos os compromissos. Sim, havia alternativa. E sim, alcançámos os resultados", frisou o primeiro-ministro.
"PSD e CDS-PP erraram na aritmética e erraram na política", insistiu: "Em quatro anos e oito orçamentos retificativos, nem por uma vez, cumpriram os seus objetivos e deixaram-nos longe de poder sair do procedimento por défice excessivo."
António Costa preferiu apresentar resultados da política que tem levado a cabo e a criticar os da anterior governação de Passos Coelho.
Depois de falar do défice, Costa virou-se para outros números para dizer que o Executivo "inverteu a desaceleração da economia". O chefe do Governo argumentou com dados das "exportações [que] atingiram novo recorde e o investimento privado aumentou", e frisou, os "melhores e mais prometedores resultados estão no mercado de trabalho, com o emprego a crescer acima de 2%, e o desemprego em valores que não se verificavam desde 2009".
"A taxa de desemprego foi, em outubro - o último mês para o qual dispomos de dados definitivos -, de 10,6%, quando era de 12,4% um ano antes", acrescentou.
Tudo junto, Costa resume que "2016 foi um ano de viragem. Um ano de confirmação de que havia uma alternativa de governo e de políticas. Nas contas públicas, no crescimento económico, no emprego, na confiança dos investidores e das famílias, os sinais de mudança estão aí".
Mais tarde, após o debate, Costa fez ainda questão de elogiar o trabalho de Mário Centeno - o ministro das Finanças que estava ao seu lado- no alcançar desta meta em 2016.