Espanha vai vigiar salários e margens nas grandes empresas - TVI

Espanha vai vigiar salários e margens nas grandes empresas

De Guindos (Reuters)

Luis de Guindos referia-se a setores como o dos combustíveis

O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, disse esta segunda-feira que o Governo vai «vigiar de forma muito estreita todas as situações de excesso» nas grandes empresas, tanto a nível de salários dos principais diretivos, como das margens de lucro.

Entrevistado pela rádio «Onda Cero», De Guindos referiu-se especialmente a setores como o dos combustíveis, explicando que o Governo está preocupado pelo facto de Espanha ter entre os combustíveis mais caros da Europa, quando excluído os impostos aplicados.

«Em Espanha preocupa-nos que haja uma situação na qual as margens e os preços (dos combustíveis) sejam dos mais elevados da Europa», disse De Guindos, citado pela Lusa.

Já na semana passada, o ministro da Industria, José Manuel Soria, disse que o Governo espanhol vai solicitar uma investigação para determinar o que está a causar o aumento dos preços dos combustíveis em Espanha.

Em entrevista à «TeleMadrid», Soria anunciou que solicitará à Comissão de Concorrência e à Comissão de Energia que estudem porque é que, apesar da menor pressão fiscal em Espanha, o preço antes de impostos é maior do que a média europeia.

Quer também saber, explicou, porque é que se o petróleo sobe o aumento dos combustíveis é vertiginoso, mas se o preço cai a descida da gasolina é muito lenta.

Na sua entrevista de hoje, o ministro da Economia considerou que se devem reduzir as remunerações dos conselhos de administração e dos altos executivos das empresas do Ibex35, especialmente quando muitos espanhóis vêm os seus rendimentos afetados devido às medidas do Governo.

Por isso, disse, em «momentos de aumentos de impostos e cortes de apoios», o executivo deve «extremar a vigilância de margens, salários e pensões nas grandes empresas».

«Consideramos que se, quando se estão a pedir esforços ao espanhol médio, os que estão numa situação mais privilegiada, têm que dar mais exemplo», disse.

«O Governo está absolutamente consciente de que a solidariedade é imprescindível e a solidariedade começa fundamentalmente pelos que mais têm», considerou.
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