O presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) considera que as recomendações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) estão «suavizadas» e que é tempo de Portugal tomar «medidas corajosas».
António Saraiva, que falava à margem da reunião da Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS), disse que «é tempo de mudarmos de vida, de tomar medidas corajosas».
A OCDE, que apresentou esta segunda-feira o relatório de 2010 sobre a economia portuguesa, recomenda aumento de impostos como o IVA e os impostos sobre imóveis, cortes no subsídio de desemprego, congelamento de salários e ainda a indexação da taxa de contribuição para a Segurança Social, paga pelas empresas, ao salário do trabalhador.
António Saraiva não quis comentar directamente as propostas, mas sublinhou que, quaisquer que sejam as medidas a tomar, «enquanto não cortarmos na despesa, é quase insustentável. Só os juros (já nem falo no endividamento) nos comem uma fatia considerável daquilo que é produzido. O Estado social tem de ser sustentável, sob pena de perdermos o Estado Social, e cada vez é menos sustentável».
O responsável mostrou-se desagradado com o impacto da crise da dívida pública no tecido empresarial. «Esta situação acaba por contaminar a saúde das empresas. Todos pagamos. Alguns têm a culpa, mas todos somos afectados», disse. Para António Saraiva, as medidas deviam ter sido tomadas mais cedo, por forma a evitarmos chegar à situação em que nos encontramos agora.
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CIP: «Recomendações da OCDE estão suavizadas»
- Redação
- PGM
- 27 set 2010, 16:45
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«É tempo de mudarmos de vida»
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