A opinião é corroborada por outro colega:“Não deviam ter entrado sequer cá no nosso país. É uma empresa que não paga impostos, não tem licença, não tem nada. Se nós, atualmente, temos cerca de 1.500 táxis a mais em Lisboa, qual a razão de vir uma empresa para aqui (…) se o trabalho para nós já não chega”, disse um taxista à TVI24 na praça do Aeroporto da Portela.
“Isto é um roubo que andavam a querer fazer (…) Andam em cima dos taxistas como se nós fossemos os ladrões”.
A Antral, a associação que representa o setor, mostra-se satisfeita e revelou qual vai ser o próximo passo dos taxistas após a decisão judicial.
“Próximo passo da Antral é meter uma ação para aí pedir indemnizações à UBER pelos prejuízos que causou à nossa indústria e ainda bem que o senhor representante em Portugal divulgou publicamente que são dezenas de milhares de serviços que eles fizeram, o que já nos ajudou a contabilizar os prejuízos”, disse Florêncio Almeida à TVI24.
Através do registo numa aplicação para smartphone, o cliente tem acesso a uma rede de motoristas com carro particular previamente inscritos. Os taxistas consideram-no uma “injustiça”.
“Não é justo que na indústria dos táxis os motoristas não possam conduzir com 0,20 [gramas/litro de álcool no sangue] e eles possam conduzir com 0,50 [gramas/litro de álcool no sangue. Não é possível a uma pessoa monocular conduzir um táxi, mas eles possam conduzir. Nos táxis não pode haver loucos a conduzir e neles pode haver loucos a conduzir porque não são certificados”, acrescentou Florêncio Almeida.
O tribunal obriga a UBER a desativar a aplicação para telemóveis e a encerrar a página de internet.
Caso não cumpra a decisão, a UBER tem de pagar uma coima que pode chegar aos 10 mil euros por dia.
O site continuava ativo esta quarta-feira. A empresa disse que ainda não foi notificada da decisão judicial.
Declaração no site da UBER Portugal
"Não estamos contra ninguém. Nós estamos contra quem não quer cumprir com a lei que regulamenta o setor em Portugal”, rematou Florêncio Almeida.
A UBER já foi proibida de operar em países como Bélgica, Alemanha, França ou Espanha.