O governador do Banco de Portugal fez questão de defender a solução encontrada, alegando que era a única possível, para além da liquidação do banco:«A resolução não foi uma medida de destruição de uma instituição Repito: a resolução não foi uma medida de destruição de uma instituição»
«Factos graves e imprevisíveis revelados nas contas do primeiro semestre de 2014, o BdP viu-se confrontado com apenas duas opções - repito, duas opções - a resolução ou a liquidação do BES»
Banco de Portugal queria plano, não recapitalização imediata«Hoje já ninguém põe em causa que a medida de resolução permitiu preservar o sistema financeiro nacional: depósitos protegidos; assegurou-se a continuidade do financiamento da economia; salvaguardaram-se interesses dos contribuintes e do erário público»
Carlos Costa contrariou a ideia de que o BdP fez um ultimato ao BES para apresentar uma recapitalização privada em 48 horas. O governador alega que o que foi pedido foi um plano.
A apresentação de um plano «era basicamente apresentarem-nos umas cartas a dar garantias 'de que vamos repor os rácios de solvência no prazo que nos é imposto para continuar a atividade'. E isso ninguém fez. O que aconteceu foi chegarem a nós e dizerem 'não temos solução'»
O responsável pela supervisão da banca explicou que, quando o Banco de Portugal pede um plano de capitalização, não pede «que se faça a capitalização». «Pedimos um plano, para que se concretize, com investidores credíveis». E, por outro lado, se se pedisse a recapitalização pública, o banco viveria num limbo» até ela ser aceite.
«O que nos foi dito [pelo conselho de administração do BES] é que não havia qualquer capacidade de recapitalizar o banco». Daí a via escolhida, da resolução, para evitar a liquidação, argumentou. E admitiu ainda:
«Nunca imaginei que ia fazer uma resolução»
Considerou essa hipótese de quinta para sexta-feira do mês fatídico, isto é, de 31 de julho para 1 de agosto.