Almunia: Espanha apertar o cinto «é um passo lógico» - TVI

Almunia: Espanha apertar o cinto «é um passo lógico»

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Comissão Europeia diz que esforço de contenção do Governo espanhol é «estritamente necessário». Oposição discorda das medidas anunciadas

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É «um passo lógico». O vice-presidente da Comissão Europeia, Joaquín Almunia, comentou desta forma o pacote de medidas de corte do défice anunciado pelo Governo espanhol. E sublinhou que é um passo «estritamente necessário» na actual conjuntura económica.



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Os esforços de consolidação fiscal anunciados ajudarão a travar a pressão dos mercados sobre a dívida espanhola, considerou o mesmo responsável, citado pela Lusa, que vê no reforço das medidas para a redução do défice um estímulo ao crescimento e ao emprego.



Reacção diferente teve a oposição espanhola. Os partidos compararam o Executivo de José Luiz Zapatero com a «orquestra do Titanic». A oposição considera as medidas de contenção «insólitas» sobretudo vindas de um «Governo de esquerda».



O deputado Josep Antoni Duran i Lleida lamentou que o governo actue por pressão de Bruxelas e que não aja por «iniciativa própria»: «É um Executivo com medo, que não pode governar». Frisou ainda que «as tempestades de hoje vêm dos temporais que vocês semearam». E defendeu que a par do corte dos salários do governo deveriam ser reduzidos também os salários dos deputados e políticos.



«Especuladores forrados de dinheiro saem de pontinhas»



Também o porta-voz da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) deixou algumas críticas: «Este é um governo que é forte com os débeis e débil com os fortes». Joan Ridao diz que é preciso ver se algumas das medidas são constitucionais e fez questão de lembrar que no ano passado os cinco maiores bancos espanhóis tiveram lucros de 16 mil milhões de euros.



Já o coordenador geral da Esqueda Unida, Cavo Lara, frisou que quem vai sofrer com as medidas anunciadas são «os pensionistas e trabalhadores», enquanto «os banqueiros e especuladores, que ficaram forrados de dinheiro saem de pontinhas».



Em alternativa, a União Sindical Operária defende a supressão dos postos de trabalho de 700 assessores do Palácio da Moncloa (sede do Governo), a redução dos ministérios e os seus assessores e o combate à fraude fiscal.



Prazo do TGV fica comprometido



Outra consequência deste «aperto do cinto» em Espanha afecta o projecto do TGV que vai ser alvo de atrasos máximos de um ano em várias obras. O anúncio foi feito pelo ministro do Fomento espanhol, depois de serem conhecidas as reduções de 6.045 milhões de euros até 2011 no investimento público estatal.



José Blanco explicou que os atrasos não afectarão, no entanto, obras que estão em situação avançada de execução, como é o caso da ligação por alta velocidade entre Madrid e Valência, que deve entrar em funcionamento no final do ano.
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