Grécia recebe 5,2 mil milhões, mas Berlim ameaça cortar torneira

(notícia atualizada às 20h00 com mais informação]

A Grécia vai receber uma nova prestação de 5,2 mil milhões de euros dos credores públicos.

No entanto, a AFP noticia que mil milhões de euros, destes 5,2 mil milhões, ficarão bloqueados até segunda-feira, quando se realizará a reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro.

Os restantes serão entregues amanhã, quinta-feira.

As decisões foram tomadas esta quarta-feira, após uma conference call dos responsáveis do fundo de resgate FEEF, mas surge com um alerta: os próximos empréstimos podem ficar comprometidos.

Prova disso mesmo são as palavras do ministro das Finanças alemão que hoje reclamou a Atenas a manutenção do caminho para sair da crise.

«Se a Grécia se quiser manter na Zona Euro, não há melhor solução do que o caminho que já escolheu», disse Wolfgang Schäuble, citado pela Lusa, referindo-se aos pacotes de austeridade e às reformas estruturais a que Atenas se comprometeu para, em troca, receber dois resgates da UE e FMI.

«Não se pode ter uma coisa sem outra», disse o ministro, num debate que a cadeia de rádio alemã WDR organizou no Parlamento Europeu em Bruxelas.

«Os problemas que a Grécia enfrenta não são consequência de falta de solidariedade europeia», disse Schäuble, acrescentando que «cabe à Grécia decidir» e que os países da Zona Euro «não têm necessidade de discutir planos B».

Além de Schäuble, também o ministro alemão Guido Westerwelle assegurou que Atenas não receberá mais dinheiro caso desrespeite os seus compromissos com os credores - União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.

«Se a Grécia abandonar as suas reformas, não penso que sejam enviadas novas prestações».

A posição de Berlim consiste em apoiar a Grécia «mas isso significa que sejam preenchidas as condições negociadas».

O caos políticos que se vive naquele país só veio agravar as preocupações de políticos, analistas e investidores sobre as contas de Atenas. As bolsas europeias têm vivido uma semana «negra», o euro baixou da barreira dos 1,30 dólares.