FMI: «O pior ainda não passou para os países periféricos» - TVI

FMI: «O pior ainda não passou para os países periféricos»

Dominique Strauss-Khan

Aviso serve também para Portugal. Dificuldades vieram para ficar

Relacionados
O FMI prevê que as dificuldades nos países periféricos da Zona Euro continuem este ano. Portugal pertence a este grupo.



«As pressões financeiras deverão manter-se elevadas na periferia da Zona Euro, onde o mercado ainda está preocupado com o risco soberano e o risco das instituições bancárias, a viabilidade política das medidas de austeridade actuais e previstas e a falta de uma solução global», lê-se no relatório das Perspectivas Económicas Mundiais, citado pela Lusa.

Testes de stress devem ser «mais rigorosos e credíveis»

Resgate de Portugal «não é inevitável»

O Fundo Monetário Internacional (FMI) antecipa ainda que os diferenciais ( spreads) das dívida soberanas europeias e os custos de financiamento para os bancos do continente deverão manter-se elevados na primeira metade do ano, com o «re-intensificar» da turbulência financeira na região; e isto num cenário global em que «as condições de financiamento bancário na maioria das economias avançadas deverão ser mais fáceis».

Na lista de possíveis riscos que podem abalar a economia mundial em 2011, o FMI aponta à cabeça a possibilidade das tensões na periferia da Zona Euro - onde os analistas têm incluído, entre outros, países como a Irlanda, Grécia, Portugal, Espanha ou Itália - e a eventual falta de progresso na consolidação orçamental das economias avançadas, para além da fraqueza do mercado imobiliário nos Estados Unidos.

«O risco de perturbações financeiras se espalharem da periferia para o centro da Zona Euro resulta da fraqueza das instituições financeiras em muitas das economias avançadas da região e a falta de transparência quanto à sua exposição. Por isso, as instituições financeiras e os Estados estão estreitamente ligados». Mais: «Apesar de a periferia representar apenas uma pequena parte do produto interno bruto e da produção» no conjunto de países que partilham a moeda única, estas ligações com os países do centro podem fazer arrefecer o crescimento da região e atrasar a recuperação económica mundial.

A organização acredita também que as dificuldades não se espalhem a todo o espaço do euro, ao mesmo tempo que prevê uma forte expansão das economias emergentes.

Crescimento económico mundial revisto em alta

Numa actualização das suas Perspectivas Económicas Mundiais, o FMI reviu em alta o crescimento económico mundial, para 4,5%, contra os 4,25% anteriores. Tudo graças à expansão das economias emergentes e os países em vias de desenvolvimento. Já as economias avançadas deverão crescer 2,5% entre 2011 e 2012, numa tendência que deverá deixar de fora a periferia da eurolândia.

«Apesar do crescimento na periferia da Zona Euro ter uma descida prevista, esta é anulada pela revisão em alta do crescimento da Alemanha, devido à forte procura interna».

No radar do FMI para os possíveis riscos em 2011 estão ainda o rebentar de bolhas especulativas e o sobreaquecimento nas economias emergentes - para quem o fundo hoje prevê um crescimento de 6,5% este ano e no próximo (contra 7% em 2010) - e os preços elevados das matérias primas, com a instituição a estimar um preço médio do petróleo de 90 dólares por barril, contra 79 no último Outlook.
Continue a ler esta notícia

Relacionados